PORTO ALEGRE — Especialistas e autoridades lutam para recuperar o sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre, após a histórica inundação que assolou a cidade no início do mês. As falhas no sistema, que inclui diques, comportas e estações de bombas, agravaram a situação e agora dificultam os trabalhos de retomada.
Falhas nas comportas permitiram entrada de água
Um dos principais problemas identificados foi a abertura de comportas que deveriam estar fechadas, impedindo a entrada da água do Guaíba na cidade. Segundo o engenheiro Fernando Dornelles, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, essas falhas “dificultam a recuperação, pois a água precisa ser retirada com rapidez, mas as manobras nas comportas são complexas e exigem cuidado redobrado”.
Estações de bombas fora de operação
Outro problema crucial foi a falha de 19 das 23 estações de bombas responsáveis pelo sistema de drenagem da cidade. As bombas, que deveriam jogar a água de volta para os rios, ficaram submersas ou tiveram seus sistemas elétricos danificados. Equipes trabalham incansavelmente para reativá-las, mas 14 estações ainda permanecem desligadas.
Monitoramento precário do nível do Guaíba
O sensor que monitora o nível do Guaíba, crucial para decisões de evacuação e retomada da infraestrutura, também foi afetado pela inundação. O equipamento, que antes ficava no cais do centro da cidade, ficou submerso e parou de funcionar. Uma nova estação foi instalada em um ponto mais alto, mas ainda há a necessidade de monitoramento constante.
Prefeitura reconhece falhas e promete melhorias
A prefeitura de Porto Alegre reconheceu as falhas no sistema de proteção e ressaltou que a estrutura é da década de 1970 e nunca havia sido submetida a uma cheia de tal magnitude. Segundo o comunicado oficial, “recursos recordes estão sendo investidos na infraestrutura de proteção e drenagem, e nos últimos anos, melhorias significativas foram realizadas. Se não fossem essas melhorias, a enchente teria sido ainda maior”.
Caminho para a retomada ainda é longo
Apesar dos esforços para recuperar o sistema de proteção e retomar a normalidade na cidade, o caminho ainda é longo. A população afetada pelas inundações precisa de apoio e assistência, e as autoridades precisam trabalhar com rapidez e transparência para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade.