MANAUS – A aluna de enfermagem Fabíola da Conceição Guerreiro de Araújo, 26, foi barrada na Universidade Paulista (Unip), na Avenida Ramos Ferreira, Centro da cidade, quando tentou entrar na instituição com o filho de 4 anos, para realizar uma prova, na manhã desta quinta-feira (12).
O marido da estudante, o fotógrafo Marcelo Araújo, 40, conversou com a reportagem e contou que os funcionários da instituição impediram a estudante de entrar em sala de aula. Segundo ele, Fabíola já havia levado o filho outras vezes para assistir aula e nunca teve problemas.
“Ela entrou na instituição normalmente pelo portão principal. Quando se dirigiu a sala de aula, foi impedida no corredor, por funcionários, que disseram que ela não poderia levar a criança para a sala de aula. A mesma relutou, disse que poderia sim, que não haveria nenhum problema, que ela já tinha feito isso uma vez, mas os funcionários disseram que existiam cartazes na faculdade, informando que não era permitido levar crianças. E esses cartazes não existem”, contou.
Após ser barrada, Fabíola foi conduzida à coordenação da faculdade. Lá, ela foi recebida pela coordenadora que segundo Marcelo, não se identificou em nenhum momento. A coordenadora afirmou que a instituição estava amparada por lei, afirmando que a aluna não poderia entrar acompanhada da criança para fazer a prova. De acordo com o fotógrafo, Fabíola chegou a relatar que o professor que aplicaria a prova viu a situação e disse que não haveria problema.
“A coordenadora falou que se ela (Fabíola) quisesse fazer a prova, teria que subir e deixar a criança lá. Ela disse que não deixaria, e pediu que provassem que estavam respaldados por lei. Eles não mostraram nenhum documento, nem artigo ou lei que provasse isso”, disse.
Para que conseguisse fazer a prova, Fabíola precisou ligar para o marido. O mesmo teve que sair do trabalho, foi até a faculdade e ficou aguardando a esposa, no hall da instituição, com a criança. Ao chegar lá, Marcelo disse que encontrou Fabíola extremamente nervosa e, aparentemente, muito abalada com a situação.
Quando Fabíola concluiu a prova, ela se dirigiu com o marido para o 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde eles registraram um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o caso.
Eles também procuraram orientação junto a uma advogada, que aconselhou que eles fizessem uma carta relatando o ocorrido e levassem até a coordenação da instituição. Posteriormente, a advogada deve tomar os procedimentos legais.
Conforme Marcelo, Fabíola disse que não pretende mais estudar na instituição e está decidida a não voltar mais para lá. “A questão não é nem a prova, mas sim o constrangimento. Eu já procurei me informar, e não há nada que a impedisse de fazer a prova. Isso serve de alerta para outras mães que, de repente, possam passar pelo mesmo problema”, acrescentou.
A reportagem tentou entrar em contato com a unidade, por meio do telefone XXXXX-2229, mas não conseguiu falar com nenhum responsável pela instituição.
Por D24AM