Sem abrigos, grupos de imigrantes venezuelanos voltaram a acampar na rodoviária e ficar nas ruas de Manaus. A crise política, econômica e social na Venezuela, que desencadeou um fluxo migratório para o Brasil, continua trazendo milhares de imigrantes para o país.
Manaus tem recebido diariamente até 80 imigrantes venezuelanos. As condições precárias de vida em solo brasileiro podem favorecer o trabalho infantil e condições análogas ao trabalho escravo. Órgãos federais e entidades religiosas anunciaram medidas para cobrar ações concretas da prefeitura da cidade, dos governos federal e estadual. […]
Sem saber o que comer
Os pedaços de papelão agora são os únicos abrigos de um grupo de imigrantes venezuelanos. Nove pessoas estão acampadas ao lado da Rodoviária de Manaus há duas semanas. Sem comida e trabalho os imigrantes convivem com as incertezas.
Hector Henriquez, de 25 anos, e Sara Coba, de 32 anos, estão no grupo de venezuelanos que montou acampamento na rodoviária. Os amigos atravessaram a fronteira por Roraima e estão há quatro meses em solo brasileiro. De Boa Vista os amigos pegaram carona até Manaus.
“Não conseguimos um lugar para ficar nos abrigos. Estamos nessa situação, mas não podemos voltar para Venezuela”, contou a imigrante enquanto manipulava um pouco de açúcar, que era o único alimento ingerido no dia.
Sara Coba disse que trabalhava como manicure e pedicure na Venezuela. Ela espera conseguir um trabalho no Amazonas. Já Hector Henriquez atuava na construção civil na função de ajudante pedreiro e pintor. Os amigos tem dificuldade com idioma e a falta de recursos mínimos para sobrevivência.
Os dois cuidavam do acampamento enquanto dos demais imigrantes foram até instituições públicas para pedir emissão de documentos brasileiros.
Fonte: G1
