IBGE apresenta estudo para ampliar categorização de espaços geográficos no Brasil

Nesta quarta-feira, dia 16 de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou o estudo intitulado “Proposta Metodológica para Classificação dos Espaços do Rural, do Urbano e da Natureza no Brasil”. O objetivo primordial desse estudo é enriquecer o debate em torno da revisão da categorização dos espaços no país. A pesquisa consiste em uma análise experimental, baseada nos dados do Censo de 2010 e em outras fontes de referência, e visa estabelecer distinções entre as áreas do território nacional, classificando-as como rural, urbana e introduzindo uma terceira categoria: a natureza.

O documento apresenta uma taxonomia aprimorada, segmentando as três categorias mencionadas em um total de 16 tipos distintos. Esses tipos abrangem quatro classificações tipicamente urbanas, outras quatro mais voltadas ao ambiente rural, e mais quatro centradas na natureza. Além disso, quatro tipos foram concebidos para representar áreas em transição ou que combinam elementos de duas ou três categorias diferentes, buscando uma distribuição mais equilibrada.

Maria Monica O’Neill, gerente de Regionalização e Tipologias do Território do IBGE, explicou que o propósito por trás deste estudo não apenas abrange a atualização de um quadro de referência incorporando a dimensão da natureza, mas também oferece uma alternativa à visão dicotômica tradicional entre rural e urbano. Ela acrescentou que essa classificação foi levada a um nível de detalhe inferior ao municipal, resultando em uma abordagem mais precisa e contextualizada.

Dentre os diversos tipos de áreas delineados pela pesquisa, um deles chama a atenção: o “Áreas Urbanas Principais das Grandes e Médias Concentrações Urbanas”. Este tipo refere-se às capitais brasileiras e outras grandes concentrações urbanas, apresentando um grau de urbanização variando entre 75% e 100%. Surpreendentemente, esse tipo ocupa apenas 0,4% do território nacional. É interessante observar que mais de 90% dessa área é coberta por infraestruturas urbanas, e a maioria das atividades econômicas realizadas nesse espaço são consideradas urbanas.

Paulo Wagner Teixeira Marques, pesquisador da Coordenação de Geografia do IBGE, destacou a surpresa com o tamanho reduzido da área considerada urbana no Brasil. Ele enfatizou a constatação de que a maior parte da população brasileira se concentra em uma parcela relativamente pequena do território, abrangendo apenas 0,4% do total. Marques ressaltou que as delimitações adotadas pela pesquisa são fundamentais para proporcionar uma visão mais precisa da realidade do território nacional.

Em suma, o estudo do IBGE surge como um passo significativo para aprimorar a compreensão e a categorização das diversas áreas do Brasil, superando a dicotomia entre o rural e o urbano e introduzindo a natureza como uma categoria adicional. Com a nova classificação, pretende-se oferecer uma perspectiva mais rica e ajustada da realidade territorial do país, aprofundando o debate sobre seu desenvolvimento e planejamento.