HUMAITÁ (AM) – A cidade de Humaitá, interior do Amazonas, viveu momentos de tensão e violência nesta quarta-feira (21) após um confronto entre garimpeiros e forças de segurança. A ‘Operação Prensa’, deflagrada pela Polícia Federal para combater o garimpo ilegal na região, desencadeou uma série de reações violentas por parte dos garimpeiros.
A destruição de cerca de 200 dragas de garimpo no rio Madeira, em dois dias de operação, acirrou os ânimos dos garimpeiros, que reagiram com ataques a agentes federais e, posteriormente, a policiais militares. Em represália, os manifestantes atearam fogo em pneus, trocaram tiros e invadiram um porto privado.
A escalada da violência culminou em um clima de terror na cidade. Escolas foram afetadas, com alunos e professores confinados em salas de aula enquanto os confrontos ocorriam nas proximidades. O porteiro da Escola Estadual Patronato Maria Auxiliadora, Raimundo dos Santos, relatou o susto vivido pela comunidade escolar.
De acordo com o delegado titular da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Humaitá, Torquato Mozer, ao menos 16 pessoas foram detidas e estão sendo ouvidas. “O trabalho agora é identificar quem são as pessoas que manipulam, quem são as pessoas que coordenaram essas atividades de vandalismo, de selvageria”, afirmou o delegado.
As forças de segurança, incluindo a Polícia Militar do Amazonas e do Rondônia, atuaram para conter os distúrbios. Um policial ficou ferido por explosivos e um jovem foi atingido por disparo de arma de fogo.
O comandante do 4º Batalhão de Polícia do Amazonas em Humaitá, major Anderson Saifer, lamentou a atitude dos manifestantes. “Infelizmente, alguns desordeiros, alguns vândalos, porque essa é a palavra, não quiseram conversar. Eles atentaram contra a prefeitura de Humaitá, tentaram atear fogo na casa do governante dessa cidade”, disse o policial.
A Polícia Federal informou que a operação deve continuar por cerca de dez dias, com o objetivo de coibir o garimpo ilegal na região. As autoridades locais trabalham para restabelecer a ordem e apurar os responsáveis pelos atos de violência.