Augustinho Filho Rodrigues Saraiva, 32, suspeito de assassinar a companheira Jacira Souza de Lima, 32, no último domingo (30), com pelo menos 30 facadas, na comunidade Lago Preto, no Careiro Castanho (distante 102 quilômetros de Manaus, se apresentou à polícia na tarde desta quarta-feira (2), no prédio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Ele estava acompanhado de um advogado e de familiares.
O suspeito teria procurado os irmãos que moram na capital, para pedir ajuda para se entregar à polícia. Na delegacia, os irmãos dele falaram com a imprensa e reconheceram que o irmão deve pagar pelo crime cometido.
“Sei que foi um crime brutal e revoltante. Só queremos que ele pague pelo que fez. Queremos Justiça e não vingança. Ele não contou porque fez isso, mas reconheceu que o erro foi dele e irá responder pelo o que fez. Ele sempre foi carinhoso, trabalhador. A família era tudo para ele. Vivia há 17 anos com a Jacira. Ninguém acredita no que aconteceu, mas infelizmente aconteceu. Só ele vai poder dizer o porquê fez isso”, contou uma das irmãs dele, que não quis se identificar.
Um outro irmão de Augustinho, que também estava na delegacia, enfatizou que o suspeito sempre foi apaixonado por Jacira, era evangélico, batizado e os dois haviam casado na igreja. Ele definiu o crime como um verdadeiro choque para toda a família e comunidade.
“Todo mundo se chocou ao saber do crime. Ninguém nunca imaginou que isso pudesse acontecer. Pedi a Deus que fosse mentira, mas prometi que no momento em que o encontrasse, eu o levaria até a delegacia e aqui estamos. Todo casal tem seus desentendimentos. Eles estavam se separando e acredito que ele tinha adoração pela Jacira e não aceitava o término da relação. Tinha ela como uma irmã, muito triste isso ter acontecido. Jamais imaginávamos que iria terminar assim”, declarou o irmão.
Augustinho está sendo ouvido por uma delegada da especializada e já há mandado de prisão em nome dele. Ele deve ficar à disposição da Justiça.
O crime
“Eu estava dormindo e fui acordada pelos gritos. A minha sobrinha entrou desesperada dizendo que o pai tinha furado a mãe dela. Quando cheguei na casa, minha irmã ainda estava viva e me fez um pedido: ‘Estou toda furada, minhas tripas estão para fora. Cuida dos meus filhos’. Em seguida minha irmã morreu abraçada comigo”, contou Maria José, irmã de Jacira.
FONTE: Em Tempo