Conhecido pela mídia internacional como “o homem de três rostos”, o francês Jérôme Hamon, de 43 anos, foi submetido a um transplante facial inédito mundialmente na última terça-feira (16). Em decorrência de uma doença genética hereditária (Doença de Von Recklinghausen ou neurofibromatose do tipo 1) que desfigura a sua face, ele se tornou a primeira pessoa da história a receber dois enxertos faciais completos.
Apenas três anos depois ele foi submetido a uma nova cirurgia, um segundo transplante de rosto nunca experimentado na história da medicina. “Não poderíamos deixá-lo sem rosto”, declarou à imprensa francesa o médico responsável pela cirurgia, Laurent Lantieri, ao falar sobre os riscos do procedimento. “Eu decidi muito rapidamente, percebi que não tinha escolha, caso contrário, teria sido uma tragédia”, disse o paciente sobre a escolha delicada, em declaração reproduzida pelo R7.
Cirurgia
A preparação para a cirurgia envolveu um período de tratamento para eliminar os anticorpos desenvolvidos após o primeiro procedimento, que prejudicavam o rosto transplantado. Jérôme Hamon também foi submetido a sessões de quimioterapia para recuperar o sistema imunológico e reduzir os perigos de uma segunda rejeição ao transplante. Antes de receber “o terceiro rosto”, o “segundo” (ou seja, o primeiro rosto transplantado) teve de ser retirado, o que deixou o paciente no hospital durante dois meses, “sem face”.
O procedimento ao qual o francês foi submetido, após sete meses de espera na fila de transplantes, durou 22 horas e aconteceu em Paris, no Hospital Universitário Europeu Georges-Pompidou. Ele recebeu o rosto de um doador de 22 anos.
Entenda a doença
A doença de Jérôme Hamon é provocada por uma mutação no cromossomo 17 responsável pelo crescimento de nódulos e tumores no sistema nervoso central e na pele do paciente. Alguns deles ainda têm a visão e a audição afetadas, segundo informações da agência Reuters.