Grávidas denunciam a precariedade da maternidade de Manacapuru

Mulheres manacapuruenses aguardam a reforma e ampliação da Maternidade Cecília Cabral (Foto: Divulgação)

As mulheres grávidas do município de Manacapuru (a 98 quilômetros da capital) precisam se submeter às péssimas condições da maternidade municipal, que há anos precisa de uma reforma da prefeitura. A Maternidade Cecília Cabral, que funciona no mesmo prédio do Hospital Regional Lázaro Reis, mantém um atendimento improvisado e não consegue proporcionar um serviço de qualidade, conforme afirma as gestantes manacapuruenses.

Grávida do segundo filho, a manacapuruense, de 31 anos, que preferiu não se identificar, diz ter receio que algo aconteça durante a atual gestação após quase perder o primeiro filho devido ao atendimento precário oferecido no município.

Há dois anos, eu tive um parto prematuro, foi muito difícil e doloroso. No terceiro mês de gestação, eu tive um deslocamento de placenta que foi diagnosticado tarde porque o aparelho de ultrassom não estava funcionando direito. Depois, quando tive o parto prematuro, continuava o mesmo problema. A equipe muito atenciosa e me encaminhou rapidamente para o Instituto da Mulher, em Manaus, por pouco eu quase perdi o meu filho. 

disse a moradora.

No sétimo mês de gestação, a moradora desabafa que as gestantes ainda recebem um atendimento ruim por causa do espaço precário.

“Agora, quando soube dessa segunda gravidez, meu maior medo foi passar por tudo aquilo novamente. A falta de equipamentos, maternidade lotada, equipe sobrecarregada. Eu até tinha esperança dessa reforma sair antes de eu ter meu neném, mas sei que é difícil. É traumatizante ter um bebê nessas condições”

disse a manacapuruense.

Algumas mulheres relatam dificuldades no decorrer da gravidez e, segundo denúncias, o problema é pior em Manacapuru por conta da falta de equipamentos básicos para acompanhar as grávidas da cidade.

“Essa é minha terceira gravidez, já tenho muita história nessa maternidade, mas o que sempre fica marcado é a falta de equipamentos. Já sofri por falta de ultrassom e ter que pagar para fazer fora e voltar para a maternidade. A equipe é muito competente, mas é difícil trabalhar sem o que precisa né? Agora prestes a ‘parir’, eu só penso em conseguir ter parto normal e não precisar ficar muitos dias ali, é desconfortável e quase sempre lotado, é sufocante.

Estefani Mota, de 26 anos.

Na 31ª semana de gestação, Estefani diz ter a expectativa que aconteça a ampliação e compra de novos equipamentos e, ainda, lembra da tarefa árdua de ser mãe. “Espero que ampliem e rápido, porque nós já sofremos muito com gravidez, merecemos o mínimo de respeito e conforto com nossos bebês. É o básico!”, finaliza.

De acordo com dados do IBGE, a maternidade de Manacapuru atende em média 1.800 gestantes por mês.

POSIÇÃO

A reportagem solicitou informações sobre as obras na Maternidade Cecília Cabral da Prefeitura de Manacapuru, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.

FONTE: EM TEMPO