O governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), anunciou na tarde desta sexta-feira (11) que está renunciando ao cargo. A decisão foi tomada após a aprovação, na última quinta-feira (10), da abertura de um processo de impeachment contra ele.
Carlesse estava afastado do cargo desde outubro do ano passado, após uma decisão do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é suspeito de ter cometido crimes no âmbito da Saúde e da Segurança Pública.
O afastamento ocorreu após uma operação da Polícia Federal (PF) para desarticular uma organização criminosa que supostamente tentou impedir ou obstruir investigações sobre atos ilícitos relacionados à cúpula do governo.
As operações foram determinadas pelo ministro Campbell. Os inquéritos, que correm em sigilo, indicam indícios de pagamento de vantagens indevidas ligadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Tocantins, com estrutura para lavagem de ativos, e apontam também a integralização dos recursos públicos desviados aos patrimônios dos investigados.
Na última quinta-feira (10), a Assembleia Legislativa do Tocantins aprovou por unanimidade a abertura de um processo de impeachment contra Carlesse.
Após a aprovação do processo de impeachment, o advogado de Carlesse, Juvenal Klayber, afirmou que faltam provas que liguem o governador afastado aos supostos crimes. Ele também reclamou que a defesa não teve acesso aos autos do processo.
Klayber disse ainda que, segundo o relator da Comissão Especial de Impeachment, deputado Júnior Geo (PROS), foram encontrados apenas indícios contra Carlesse. Por fim, o advogado enfatizou que o patrimônio do governador afastado nunca foi escondido e está declarado à Justiça Eleitora e Receita Federal.
Com a renúncia, o vice-governador Wanderlei Barbosa, que já atuava como governador em exercício, irá assumir o mandato em definitivo.
Carta de renúncia
Na carta de renúncia apresentada à Assembleia Legislativa do Tocantins nesta sexta, o agora ex-governador disse que a entrega do cargo “tem como finalidade precípua apresentar de forma tranquila e serena sua defesa junto ao Poder Judiciário em relação às injustas e inverídicas acusações que lhe foram imputadas”.
Carlesse disse ainda que sua renúncia “é prova não somente de abnegação ao cargo público, mas também de postura voltada à estabilidade política, econômica, fiscal e jurídica para o Estado do Tocantins”.
O político afirmou também que a saída do cargo deseja expressar que “esta atitude busca evitar uma crise institucional decorrente da exposição desnecessária dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado do Tocantins”.
CNN Brasil