Fisiculturista de Manaus busca apoio para competir em mundial na Romênia

Atleta, que atua em academias como personal trainer, ficou desempregada durante pandemia e busca alternativas para arrecadar dinheiro. ─ Fotos: Arquivo pessoal

Com o intuito de realizar o sonho de participar de um campeonato mundial, a atleta profissional de fisiculturismo Caroline Alves dos Santos, de 37 anos, foi até um semáforo na Avenida Pedro Teixeira, em Manaus, na quinta-feira (23), em busca de arrecadar fundos para alcançar seu objetivo. Após publicar a ação em uma rede social, a atitude da atleta viralizou na internet e já alcançou pessoas de outros países, segundo ela. “Não esperava essa comoção nacional e até mundial que eu tô recebendo”, disse ao G1.

Caroline, que é formada e pós-graduada em Educação Física, Biomecânica e Coach de Atletas, lembrou que o primeiro campeonato em que participou foi no ano de 2016. Na competição, em nível nacional, ela ficou em sexto lugar, entre as melhores do país. No ano seguinte, ela decidiu participar novamente do campeonato e ficou em quarto.

“Eu já me animei mais ainda. No primeiro ano, fiquei em sexto e, depois, em quarto. Já foi ótimo. Depois, passei por uns problemas pessoais e, em 2018, tinha uma competição que dava o título de atleta profissional para competir em campeonatos fora do país, valendo quantias financeiras. Me inscrevi, fui campeã do ‘Mr. Olympia Brasil’ e ganhei o título de atleta profissional”, contou.

Carolina disse que, em 2019, participou de competições internacionais que davam vaga para o “Mr. Olympia”, o principal campeonato de fisiculturismo do mundo, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Para a primeira viagem, a atleta contou que recebeu apoio do governo do Estado, mas, em outras, precisou da ajuda de amigos, com rifas e feijoadas, além de patrocínio de empresa.

No primeiro campeonato classificatório, em Toronto, no Canadá, Carolina contou que ficou em quarto lugar, de 30 atletas de todo o mundo. No segundo campeonato, em Vancouver, ela ficou entre as nove primeiras. Na última competição para garantir vaga para o “Mr. Olympia”, que aconteceu em Tampa, nos Estados Unidos, Carolina ficou em décimo lugar, entre 30 atletas, e não conseguiu a vaga.

“Depois disso, já em 2020, veio a pandemia, veio o desemprego. Fiquei desempregada, pois trabalho em academia como personal trainer e professora de ginástica, com o fechamento de academias, fiquei sem emprego. Portanto, não tinha nem como custear a minha viagem ou fazer eventos para levantar os custos para a minha viagem para a Romênia”, comentou.

A próxima competição que Carolina sonha em participar vai acontecer em Bucharest, na Romênia, entre 13 e 15 de novembro. Com o cenário vivido por ela durante a pandemia e com o desejo de competir no campeonato “Romania Muscle Fest Pro”, a atleta decidiu iniciar uma “vaquinha online” para arrecadar R$ 25 mil para realizar o sonho.

“Pensei: ‘Poxa, eu ainda tenho algumas semanas para tentar fazer algum evento, ou levantar fundos para essa viagem. Preciso bancar hotel, inscrição. Como é na Romênia, é calculado em Euro e nossa moeda está desvalorizada’. A ideia da vaquinha veio disso. Como eu vou abranger pessoas da minha cidade se eu não posso fazer nenhum evento?! Só se fosse virtual”, disse.

Após criar a vaquinha virtual, Caroline viu que precisava dar mais visibilidade para a arrecadação de fundos para a realização do sonho. Foi quando ela teve a ideia, na quinta-feira (23), de ir para um semáforo, com o traje de competição, com um cartaz escrito “Sou atleta Pro. Ajude-me na competição na Romênia”.

“Precisei gerar uma visibilidade. Eu queria que as pessoas vissem o meu empenho para ir para essa competição. Que não é uma brincadeira. É um sonho, uma vontade e, acima de tudo, como uma atleta, preciso de apoio de incentivo. Sozinha, divulgando nas redes sociais, não conseguiria. Nós, brasileiros, a nossa maneira de expor, é ir para as ruas”, comentou.

Após a ação, Caroline postou fotos em suas redes sociais e a publicação viralizou. Segundo ela, a postagem já alcançou pessoas de outros estados do país e, até pessoas de outros países que decidiram mandar mensagens se solidarizando com a atitude da atleta de correr atrás do que deseja.

FONTE: G1