Feira inédita no país debate em Manaus geração de energia para comunidades da Amazônia

Com a proposta de apontar caminhos para superar a exclusão energética e a dependência de óleo diesel em áreas remotas da Amazônia, a Feira e Simpósio de Soluções Energéticas para Comunidades da Amazônia (Energia & Comunidades) será lançada, nesta terça-feira, dia 5 de fevereiro, a partir das 16h, no auditório do Sebrae, localizado na Avenida Leonardo Malcher, no Centro.

O evento terá a presença do assessor do Instituto Socioambiental (ISA), Ciro Campos, que representará o comitê organizador. Na ocasião, serão apresentados os temas que devem nortear a programação da feira, entre eles, aspectos comerciais, técnicos, regulatórios, políticos, geográficos e de financiamento para a expansão das energias alternativas na região.

A primeira edição da Feira e Simpósio Energia & Comunidades está marcada para acontecer entre os dias 25 e 28 de março, no Centro de Convenções do Amazonas. As inscrições para participar são gratuitas e estão abertas no site: www.energiaecomunidades.com.br.

Durante o evento, os participantes poderão conhecer o mercado de produtos e serviços voltados para a geração de energia solar, biomassa, hídrica e eólica de pequena escala em sistemas isolados (off grid).

Além de trazer uma amostra significativa de inovações e empresas do setor energético, a programação reunirá especialistas de diversas partes do país e convidados internacionais para discutir políticas públicas, regulação, financiamento e definição de prioridades no setor energético voltado para regiões remotas.

Realidade amazônica

Na Amazônia, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas não têm acesso constante à eletricidade, de acordo com dados do ISA. Diversos povoados e comunidades indígenas, ribeirinhas e tradicionais, em especial de regiões remotas e não atendidas pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), utilizam a geração de energia à diesel, que promove grandes emissões de gases de efeito estufa e é cara, comprometendo o orçamento familiar.

 “A expansão das energias alternativas favorece um modelo de negócios baseado na economia da floresta, fortalecendo a economia das comunidades, a autonomia, geração de renda, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável. Esse é um dos desafios urgentes no cenário socioambiental atual”, explica Ciro Campos. “O mercado é promissor e o momento é favorável para que governo, setor privado, pesquisadores e sociedade civil encaminhem soluções. É o momento de alinhar as demandas energéticas das comunidades com as soluções das empresas, o financiamento e as políticas públicas”, conclui.

Comitê organizador

A proposta do evento surgiu de um grupo de organizações da sociedade civil. Eles formam um comitê organizador integrado pelo Instituto Socioambiental (ISA), WWF-Brasil , Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Projeto Saúde e Alegria, Greenpeace-Brasil, Instituto Clima e Sociedade, Charles Stewart Mott Foundation, Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Frente por uma nova política energética e Associação Brasileira  de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).