EUA planejam reativar Alcatraz através de projeto bilionário

Apesar do avanço nas discussões, há preocupações operacionais e ambientais, além de críticas, como a da ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, que rejeitou a ideia.

EUA — Nos bastidores do poder em Washington, um audacioso projeto vem ganhando forma: transformar o lendário complexo prisional de Alcatraz, hoje atração turística na Baía de São Francisco, em uma moderna prisão de segurança máxima. A ideia, que remonta aos tempos áureos da ilha como “a prisão inescapável”, divide opiniões e revela muito sobre os rumos da política criminal norte-americana.

Engenheiros e arquitetos já avaliam três cenários distintos para a reforma. O mais radical prevê a demolição completa das instalações históricas – incluindo as celas que um dia abrigaram gângsteres famosos, como Al Capone – para erguer um complexo penitenciário de última geração. Enquanto isso, ambientalistas alertam para os riscos ao ecossistema marinho da região, e historiadores protestam contra a possível perda deste marco arquitetônico do século XX.

A controvérsia transcende questões técnicas. Para analistas políticos, a proposta simboliza o embate entre duas visões antagônicas: de um lado, a narrativa de “lei e ordem” que marcou a gestão Trump; de outro, a preocupação com preservação histórica e sustentabilidade. Com o orçamento estimado superando os US$ 2 bilhões, o debate promete esquentar nos corredores do Capitólio, enquanto o Serviço Nacional de Parques tenta equilibrar sua missão preservacionista com as pressões da atual conjuntura política.