EUA impõem sanções à Colômbia após veto a voos de deportação com imigrantes

Medidas foram anunciadas na rede social Truth Social após o presidente colombiano, Gustavo Petro, não aceitar receber voos com imigrantes deportados dos EUA.

EUA — Em uma escalada de tensões bilaterais, o governo dos Estados Unidos anunciou, neste domingo (26), sanções econômicas e políticas contra a Colômbia após o país sul-americano se recusar a autorizar voos militares norte-americanos com imigrantes deportados. As medidas, anunciadas pelo presidente Donald Trump, incluem tarifas emergenciais de até 50% sobre produtos colombianos, restrições a vistos de autoridades e bloqueio de transações financeiras.

A decisão colombiana de barrar os voos militares partiu do presidente Gustavo Petro, que classificou como “desumanas” as condições dos deportados. “Não aceitaremos violações à dignidade humana. Se querem repatriar imigrantes, que usem aeronaves civis, sem algemas ou coerção”, afirmou Petro em rede nacional. Dados de organizações de direitos humanos revelam que a Colômbia já recebeu 475 voos de deportação dos EUA entre 2020 e 2024.

As sanções norte-americanas, porém, atingem diretamente a economia colombiana: os EUA são responsáveis por 30% das exportações do país, como petróleo, café e flores. Especialistas alertam que as tarifas podem elevar preços nos EUA e gerar desemprego na Colômbia. Além disso, o Tesouro colombiano terá transações bloqueadas em dólar, o que pode impactar a estabilidade monetária.

Repercussão internacional

O Brasil também entrou no debate após denúncias de que um voo de deportação dos EUA desembarcou em Manaus com imigrantes algemados e em condições “degradantes”, violando acordos bilaterais. O Itamaraty emitiu nota condenando a “violação de protocolos humanitários”.

Analistas veem o episódio como um reflexo da política migratória agressiva de Trump, que prometeu, em campanha, “deportações em massa” caso seja reeleito. Enquanto isso, a Colômbia busca apoio regional para contornar as sanções, em um cenário que ameaça reconfigurar relações diplomáticas e comerciais nas Américas.