MANAUS, AM — O V Encontro da Rede Unida na Amazônia, que acontecerá em Manaus de amanhã (20) até sexta-feira (22), promovido pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e a Coordenação Norte da Rede Unida, irá discutir o papel das populações tradicionais e suas práticas de saúde como mecanismos de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na região.
O evento, cujo tema será “Esperançando na Pandemia: Por um SUS Forte na Amazônia”, contará com vasta programação, incluindo rodas de conversa, mesas redondas, exposições, debates, lançamento de livros, Encontro Rede Unida Central América e o Encontro de Parteiras Tradicionais do Amazonas. O encontro será em formato virtual, com transmissão será feita pela TV Rede Unida.
Além da Ufam, o encontro conta com a parceria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde (PPGVIDA/Fiocruz Amazônia), Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP/Universidade Federal do Pará), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI-Manaus), Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems/AM), Laboratório Ítalo-Brasileiro de Formação, Pesquisa e Práticas em Saúde Coletiva e Associação das Parteiras Tradicionais do Estado do Amazonas (Algodão Roxo).
O evento será aberto, no dia 20, às 9h pela diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Benzaken, que dará as boas-vindas aos representantes institucionais. Às 10h, haverá a conferência do médico sanitarista e pesquisador da UFRJ Emerson Elias Merhy. Na década de 70, Emerson participou da fundação do Movimento pela Reforma Sanitária, que culminou com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1987.
À tarde, a partir das 13h, haverá a apresentação de trabalhos científicos e experiências comunitárias desenvolvidas por estudantes, trabalhadores da saúde, gestores e integrantes de movimentos sociais organizados em suas comunidades. No total, foram inscritos quase 200 participantes e 100 trabalhos foram aprovados.
Na sequência, estão confirmadas as presenças de pesquisadores nacionais e internacionais (países da América Central e da Itália), e de representantes da direção nacional da Rede Unida, além de membros do Conselho Nacional de Saúde, Museu da Parteira e parteiras tradicionais em mesas temáticas, que terão os seguintes temas: “Saúde das Populações Amazônicas”, “Pesquisa e Ética na Amazônia”, “Pandemia, Pesquisa, Participação e Populações” e “Quais as Contribuições da Gestão, da Cidadania e do Controle Social para o Desenvolvimento do SUS Forte na Amazônia”.
Paralelamente, acontecerá o Encontro da Associação das Parteiras Tradicionais do Estado do Amazonas, reunindo representantes de todo o Estado para a eleição da nova presidência da entidade e a validação do conteúdo do Guia das Parteiras Tradicionais da Amazônia, que deverá ficar pronto ainda este ano. O público presente poderá visitar também a exposição Mapa do Cuidado das Parteiras Tradicionais, que ficará em cartaz na Escola de Enfermagem, durante o encontro.
De acordo com o pesquisador Julio Schweickardt, chefe do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia – LAHPSA, o objetivo do encontro será fomentar a discussão em torno de iniciativas voltadas ao cotidiano dos serviços de saúde, das instituições de ensino e pesquisa, além das experiências de gestão e participação social, que possam servir de referência na formulação de políticas públicas de saúde voltadas para o enfrentamento da Covid-19 e para o fortalecimento do SUS na região amazônica.
Para o pesquisador, o SUS demonstrou a sua potência com o enfrentamento da Covid-19, mostrando a importância das políticas públicas em contextos pandêmicos. “Dessa forma, o debate acerca das políticas públicas de saúde, da gestão pública e das relações interfederativas são de extrema importância nesse momento”, disse. Em 2018, Manaus sediou o 13º Congresso Internacional da Rede Unida.