Emília-Romana inspira Manaus em saúde para áreas remotas

Uma das dificuldades apontadas nos debates se refere ao tempo de espera no Centro de Atendimento de Urgência, apontado como principal queixa da população.

EMÍLIA-ROMANA, ITÁLIA — Representantes da Prefeitura de Manaus participaram do terceiro dia do 17º Laboratório Ítalo-Brasileiro de Saúde Coletiva, explorando estratégias de saúde da região italiana de Emília-Romana para áreas de baixa densidade populacional. O dia incluiu palestras e visitas a serviços de saúde em Argenta, Portomaggiorre, Codigoro e Goro, locais com populações idosas e de baixa renda.

Em Argenta, especialistas apresentaram soluções inovadoras, como o uso de inteligência artificial e tecnologias digitais, para ampliar o acesso à saúde em comunidades remotas. Com 2.600 km² e 339 mil habitantes, Emília-Romana enfrenta o envelhecimento populacional, com áreas de apenas 70 habitantes por km². A médica Rita Marchi destacou que ligações telefônicas ajudam a monitorar idosos, revelando que 14% enfrentam problemas de saúde por mais de 20 dias ao ano.

O modelo italiano prioriza unidades de saúde acessíveis e integradas, com equipes multiprofissionais, telessaúde e prevenção. Marguerita Spatola e Carlotta Serenelli explicaram que as Casas Comunitárias fortalecem a atenção primária, combinando diagnóstico, assistência e participação comunitária, como voluntariado. Apesar disso, a demora no atendimento de urgência foi apontada como um desafio pela população local.

A programação seguiu com visitas à Casa de Comunidade de Parmaggiore e ao Gabinete de Enfermeiros de Codigoro, além de um encontro na Cooperativa de Pescadores de Goro, a área mais isolada da região. Shádia Fraxe, secretária de Saúde de Manaus, elogiou a troca de experiências, destacando o potencial de parcerias para aprimorar a saúde pública em ambas as regiões.