
ARGENTINA — A Argentina vai às urnas neste domingo (26) em uma eleição que funciona como referendo sobre o governo de Javier Milei. O presidente precisa ampliar sua força no Congresso para continuar suas reformas econômicas, mas enfrenta queda de popularidade e escândalos de corrupção.
Serão renovadas 127 das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados e 24 das 72 vagas do Senado. Atualmente, o partido de Milei, A Liberdade Avança, tem apenas 37 deputados e seis senadores, enquanto a oposição peronista controla a maior bancada.
Analistas consideram que o partido governista precisa de pelo menos 35% dos votos para manter o projeto político. Acima de 40% seria considerado um excelente resultado. A disputa mais importante acontece na província de Buenos Aires, onde Milei perdeu eleições locais em setembro.
O presidente implementou um ajuste econômico rigoroso que reduziu a inflação e alcançou superávit fiscal, mas sua aprovação caiu para menos de 40%, o menor índice desde que assumiu. Ele também enfrenta investigação sobre suposto esquema de propina envolvendo sua irmã e chefe de gabinete, Karina Milei.
Donald Trump condicionou uma ajuda de US$ 20 bilhões à Argentina ao desempenho de Milei nestas eleições, aumentando a pressão sobre o resultado. O presidente argentino precisa de pelo menos um terço dos votos no Congresso para impedir que a oposição derrube seus vetos, como já aconteceu recentemente com projetos de financiamento universitário e assistência social.


