Eleiçãο da CBF: Xaud vence com apoio de pequenos e boicote dos clubes de elite

Xaud assumiu o cargo em um cenário de desconfiança — dois meses após a aclamação unânime de Ednaldo Rodrigues.

RIO — A eleição de Samir Xaud para a presidência da CBF neste domingo (25) foi um retrato da divisão no futebol brasileiro: enquanto clubes da Série A abandonaram o pleito em protesto, dirigentes de times menores e familiares de cartolas lotaram a sede da entidade. Com 46 votos (26 federações e 20 clubes), Xaud assumiu o cargo em um cenário de desconfiança — dois meses após a aclamação unânime de Ednaldo Rodrigues.

O Vazio dos Grandes

Das 67 vagas do colégio eleitoral, 21 clubes — incluindo Flamengo, Corinthians e São Paulo — ausentaram-se após assinarem um manifesto contra a “marginalização” no processo. A exceção foi Leila Pereira, presidente do Palmeiras, que apoiou Xaud e criticou o boicote: “Não é momento de exigências, mas de diálogo”, declarou.

A Geometria do Poder

  • Federações: Apenas a Paulista (de Reinaldo Carneiro Bastos) faltou;
  • Clubes da Série A: Apenas Ceará, Botafogo e Vasco (representados por CEOs) compareceram;
  • Estratégia: Xaud consolidou apoio em divisões inferiores e entre cartolas regionais.

O descontentamento nasceu da frustração com a exclusão de Bastos, candidato de 29 clubes, barrado por falta de aval das federações. Agora, a pressão recai sobre Xaud para recompor a relação com as grandes agremiações — enquanto a base que o elegeu cobra por espaço.