
RIO — Em mais um capítulo da turbulenta gestão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou nesta quinta-feira (15) o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade.
A decisão do magistrado declarou nulo o acordo que havia permitido o retorno de Ednaldo ao cargo em janeiro deste ano, após uma destituição anterior em dezembro de 2023. O motivo central da nova decisão é a alegação de incapacidade mental e possível falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes, ex-presidente da CBF, em um documento crucial para a validação do processo eleitoral.
Na mesma decisão, o desembargador nomeou Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da CBF, como interventor, incumbindo-o de convocar novas eleições para a presidência da confederação “o mais rápido possível”.
O caso havia retornado ao TJ-RJ por determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, embora tenha negado um afastamento imediato no início de maio, viu a necessidade de apuração urgente das alegações de fraude na assinatura do Coronel Nunes. A defesa do ex-presidente da CBF havia informado que ele não compareceria a uma audiência sobre o caso por motivos de saúde, o que levou o desembargador a cancelar a oitiva e proferir a decisão nesta quinta-feira.
A nova destituição de Ednaldo Rodrigues mergulha mais uma vez a CBF em um período de instabilidade administrativa, levantando questionamentos sobre o futuro da entidade e a organização do futebol brasileiro. O interventor Fernando Sarney terá a missão de conduzir o processo eleitoral em meio a essa crise.