
Nesta quinta-feira (13/3), chega às plataformas de vídeo o documentário “Raízes Negras de Prainha”, uma produção que resgata a história quase esquecida da família Banguela, que escapou da escravidão no século XIX e fundou o Quilombo São João, no oeste do Pará. O filme é um mergulho na resistência e na cultura quilombola na Amazônia.
Idealizado pela Associação União Quilombo São João e produzido pela Loop Media em parceria com a Farol do Norte Produções, o documentário é fruto do Edital 02/2024 da Secretaria de Cultura de Prainha, com apoio do Ministério da Cultura e do Governo Federal. Baseado na pesquisa de Albertino Meneses, mestrando da Universidade Federal do Pará (UFPA), o filme revela registros inéditos da família Banguela, sequestrada na África e escravizada nos engenhos de Óbidos.
A narrativa acompanha a fuga dos Banguelas, que, guiados por entidades espirituais chamadas “encantados”, atravessaram a floresta, enfrentaram os mistérios do Monte Santo e do Rio Urubuquara, e encontraram abrigo às margens do lago São João. Mesmo após a abolição, a família permaneceu invisível para o Estado, vivendo sem documentos ou reconhecimento por mais de um século.
Hoje, a nova geração dos Banguelas luta para preservar sua história e cultura, enfrentando o desafio do esquecimento. Para o diretor Leandro Xavier, o documentário é um ato de resistência: “Contar essa história é garantir que a memória dos Banguelas não se perca. Eles não são apenas personagens do passado; estão vivos, resistindo e reivindicando seus direitos. A Amazônia guarda muitas histórias como essa, e é nosso dever trazê-las à luz.”
“Raízes Negras de Prainha” é mais que um filme; é um tributo à luta quilombola e um convite para refletir sobre as histórias que ainda precisam ser contadas.