Do Val ignora STF e usa Manaus como rota de fuga aos EUA

Na imagem, Do Val mostra os passaportes ao desembarcar nos EUA,

MANAUS — Em pleno recesso parlamentar e com proibição expressa do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos utilizando um passaporte diplomático. A viagem, que teve como rota de fuga a cidade de Manaus, expôs uma afronta direta às decisões da Justiça.

Em 15 de julho, do Val pediu autorização ao STF para viajar com a família a Orlando, na Flórida. O ministro Alexandre de Moraes negou o pedido no dia seguinte, reafirmando que não havia justificativa legal para suspender as medidas cautelares impostas ao senador.

Mesmo assim, do Val embarcou para os EUA via Manaus, alegando que sua documentação diplomática estava regular e que havia comunicado sua saída às autoridades competentes — STF, Itamaraty e Senado Federal.

A justificativa, no entanto, entra em conflito com decisões anteriores do STF. Desde agosto de 2023, Moraes determinou a apreensão dos passaportes de do Val, inclusive o diplomático, e o bloqueio de R$ 50 milhões em suas contas, como parte de uma investigação sobre supostos ataques à Polícia Federal.

Segundo a defesa, o passaporte não foi encontrado pela PF porque estaria no gabinete do senador em Brasília. A fuga só veio à tona após revelação do portal UOL.

Reações e novas investigações

Em fevereiro de 2025, a Primeira Turma do STF rejeitou por unanimidade um recurso do parlamentar, mantendo a apreensão dos documentos. Mesmo assim, a evasão ocorreu — levantando questionamentos sobre falhas na fiscalização e o uso do privilégio diplomático para escapar de medidas judiciais.

O caso reacende o debate sobre a utilização indevida de prerrogativas parlamentares e o respeito às instituições brasileiras.

“Meu passaporte diplomático está válido até 2027 e sem restrição”, afirmou o senador em nota oficial.

Por que isso importa?

Mais do que um episódio isolado, a fuga de um senador sob investigação reforça a urgência de revisar o uso de documentos diplomáticos, além de exigir respostas firmes das autoridades diante de possíveis violações à Justiça.

O caso ainda está em andamento.