Desembargador diz que ‘mulheres estão loucas atrás de homens’, no PR

Luís César de Paula Espíndola julgava caso de assédio de professor a uma menina de 12 anos, arquivado por falta de provas pelo TJ-PR.

PARANÁ — O desembargador Luís César de Paula Espíndola disse que “as mulheres estão loucas atrás de homens”, quando participava de uma sessão da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), na última quarta-feira (3). Espíndola preside o órgão da Corte paranaense que julgava um caso de assédio de um professor a uma menina de 12 anos, arquivado por falta de provas.

“Quem tá assediando, quem está correndo atrás de homem são as mulheres. […] A mulherada tá louca atrás do homem e louca para levar um elogio, uma piscada, uma cantada educada”, declarou o desembargador, na sessão que era transmitida pelo canal do TJ-PR no YouTube.

Em nota divulgada ontem (4), o TJ-PR afirmou que não compartilha de qualquer opinião que possa ser discriminatória ou depreciativa, nem endossa os comentários do desembargador Espíndola. A Corte do Paraná disse ter aberto investigação preliminar, com base na Resolução 135 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). E o magistrado poder ser punido disciplinarmente com advertência, censura, remoção compulsória, disponibilidade, aposentadoria compulsória e até demissão.

A Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná repudiou as declarações e pediu intervenção da Corregedoria do TJ-PR. E o vídeo da transmissão foi retirado do ar pelo Tribunal, com a alegação de “preservar as partes envolvidas”, porque o processo tramita em segredo de justiça.

E o desembargador publicou o seguinte comunicado, após a repercussão do caso:

“Esclareço que nunca houve a intenção de menosprezar o comportamento feminino nas declarações proferidas por mim durante a sessão da 12ª Câmara Cível do Tribunal, afinal, sempre defendi a igualdade entre homens e mulheres, tanto em minha vida pessoal quanto em minhas decisões. Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todas e todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão”, defendeu-se Luis Cesar de Paula Espindola.