Desbarrancamento em Porto de Terra Preta pode ter sido causado por aterro

A constatação inicial é de que o terreno em que ocorreu o desastre trata-se de uma área aterrada sobre a várzea.

MANACAPURU — Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) estão realizando uma avaliação pós-desastre no Porto de Terra Preta, em Manacapuru, que sofreu um deslizamento de terra na última segunda-feira (7). O objetivo é identificar riscos ainda presentes na área afetada e determinar os fatores que desencadearam o desmoronamento.

Segundo Marco Antônio Oliveira, geólogo e coordenador da equipe do SGB, a primeira análise revelou que o terreno onde ocorreu o deslizamento foi aterrado sobre uma várzea, o que pode ter contribuído para a instabilidade. Durante o desmoronamento, um volume de aproximadamente 2 milhões de metros cúbicos de terra foi mobilizado.

A equipe de pesquisa está utilizando equipamentos avançados, como drones e ecobatímetros, para avaliar a área e mapear a extensão do desastre. Um levantamento batimétrico também será realizado no rio para determinar se a dinâmica das águas contribuiu para o incidente. As investigações preliminares indicam que o grande aterro, construído para a edificação do porto, foi o que ruiu.

O estudo completo, que incluirá uma análise dos fatores que causaram o deslizamento e uma avaliação do risco de novos desastres, será concluído em 30 dias. Este laudo é crucial para entender se o desmoronamento afetou apenas o aterro ou se houve falhas mais profundas na estrutura da várzea.