Deputados debatem inconstitucionalidade das cotas na UEA após decisão do STF

A 1ª etapa de matrícula destina-se somente aos candidatos classificados para os cursos que terão início das aulas no primeiro semestre de 2024. (Foto: Phil Lima/UEA)

Após julgamento virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (25), que derrubou por unanimidade a política de cotas que reserva 80% das vagas oferecidas pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) a estudantes da região, os deputados estaduais reagiram durante a Sessão Plenária, desta quarta-feira (26), buscando apoio para reverter a situação.

O risco de retrocesso na educação superior no estado é ponto comum entre os discursos dos parlamentares, como o deputado Thiago Abrahim (UB), primeiro a levantar o tema, ainda no Pequeno Expediente, quando lamentou a decisão do STF. “Esta Casa precisa buscar uma resposta à comunidade acadêmica e ao interior do Estado, pois a UEA foi criada exatamente com essa finalidade: de trazer o desenvolvimento e avanço para o nosso povo e é mantida exclusivamente com recursos oriundos do Polo Industrial. A UEA é nossa, é do povo do Amazonas”, defendeu.

Um “duro golpe para o Amazonas” foi como o deputado Carlinhos Bessa (PV) definiu a situação e também lamentou a decisão. O parlamentar avaliou que os amazonenses sofrerão um grande prejuízo, porque se hoje o povo do interior tem a oportunidade de fazer uma faculdade de Medicina, de Odontologia, de Direito, é porque a cota respaldava o direito de igualdade da população. “Nosso maior patrimônio é a UEA, pelo fato de educar a população e oportunizar o acesso à vaga no ensino superior. Por isso, quero convidar os deputados estaduais e federais para reagirem a este golpe. Se não trouxermos um equilíbrio visando a diminuição da desigualdade será um golpe no nosso povo. Vamos nos unir para resguardar a população”, sugeriu.

A deputada Alessandra Campêlo (PSC) lembrou do seu trabalho ainda na implantação do sistema de cotas da UEA. “Trabalhei como dirigente do movimento estudantil pelas cotas da UEA, tirando o interior de um verdadeiro vazio do ensino superior que na época apenas a Ufam não conseguia suprir. Temos de fazer algo junto à bancada federal para que a UEA possa continuar levando ensino superior, pesquisa e extensão para o interior e não deixar o interior mais uma vez desassistido de ensino superior”, destacou.