Delegado Pablo Oliva e mãe dele são alvos de operação da PF em Manaus

Operação Seronato apura crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Polícia Federal efetuou mandados de busca e apreensão na casa de Eda Oliva, mãe do deputado federal. ─ Foto: Divulgação

O deputado federal Pablo Oliva (PSL) e a mãe dele, Eda Maria Oliva Souza, são os alvos da Operação Seronato, deflagrada pela Polícia Federal em Manaus na manhã desta sexta-feira (15) para apurar crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A informação foi divulgada em primeira mão pela Folha de São Paulo e confirmada pela reportagem de A CRÍTICA.

A operação cumpriu  seis mandados de busca e apreensão. Um dos locais onde a PF foi nesta manhã foi o condomínio Vila Rica, na Avenida Efigênio Salles, em área nobre de Manaus, que é a residência de Eda Oliva. Ela é ex-diretora-presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam). A reportagem procurou o Delegado Pablo Oliva mas o seu telefone estava desligado desde o início da manhã. Também tentamos contato via whatsapp, que o deputado usa para disparar suas ações para a imprensa, mas a mensagem sequer chegou ao celular do parlamentar.

Pablo foi o segundo mais votado para a Câmara dos Deputados no Amazonas nas últimas eleições, com  151.649 votos, após campanha voltada para o combate à corrupção e aliada ao presidente Jair Bolsonaro. Ele é filiado ao PSL, partido pelo qual o presidente foi eleito, e chegou a comandar a sigla no Amazonas. Delegado federal desde 2007, ele não declarou possuir bem algum ao registrar sua candidatura em 2018.

Operação Seronato

A operação inaugura fase ostensiva de dois inquéritos policiais instaurados em janeiro e maio de 2019, respectivamente – meses após o delegado ser empossado como deputado federal.  A PF afirma que as provas dos crimes e indícios de autoria foram colhidos ao longo do primeiro inquérito e indicam que o policial federal, agora licenciado, teria feito uso do cargo para se beneficiar de informações obtidas durante a investigação que culminou com a Operação Udyat, em 2012. Ele teria viabilizado, de forma ilegal, o agenciamento da venda de uma empresa da sua mãe no valor de R$ 500 mil.

Agora, na fase ostensiva, a investigação criminal pretende esclarecer possíveis ocorrências de crimes de falsidade, favorecimento em razão de cargo e lavagem de dinheiro, em relação a subcontratação, realizada por um consórcio de empresas que atuou na construção do Aeroporto Internacional de Eduardo Gomes. A empresa seria registrada em nome da mãe do policial federal, com execução de paisagismo do aeroporto no valor de R$ 1.200.00,00.

FONTE: A CRÍTICA