
TONANTINS — Enquanto um homem acusado de feminicídio era brutalmente retirado da cela e executado por populares em Tonantins, no interior do Amazonas, o delegado titular da cidade estava em outro estado, ministrando aula em um cursinho no Ceará.
José Andrei de Matos Rodrigues, conhecido como “Compensa”, foi preso após matar a companheira e ferir gravemente a enteada. No dia seguinte, uma multidão invadiu a delegacia, retirou o suspeito à força, o espancou e ateou fogo nele em plena via pública.
O caso ganhou repercussão nacional e levantou questionamentos sobre a ausência do delegado Wellery Allef no momento do crime. Ele teria postado uma foto lecionando em um curso preparatório no dia do linchamento. Agora, é alvo de investigação do Ministério Público do Amazonas e da Corregedoria da Polícia Civil.
Em nota, a Polícia Civil confirmou a abertura de inquérito para apurar as circunstâncias da morte e a possível omissão de dever por parte da autoridade policial. A Corregedoria avalia se houve negligência e quais medidas administrativas serão adotadas.
O episódio reacende o debate sobre o colapso da segurança pública em cidades do interior, onde delegacias funcionam com estrutura precária e efetivo reduzido, mesmo diante de crimes graves.


