Defesa de Eduardo Braga classifica acusações de corrupção como ‘ilações esdrúxulas

O caso segue sob análise da PGR, enquanto o STF ainda não se pronunciou.

O advogado de Eduardo Braga, Fabiano Silveira, rebateu, nesta sexta-feira (19), as acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa que pesam contra o senador no caso envolvendo a farmacêutica Hypera Pharma. Silveira classificou as acusações como “ilações esdrúxulas” e afirmou que não há provas concretas no inquérito que justifiquem a denúncia.

Segundo a investigação da Polícia Federal (PF), Braga, juntamente com os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), teria recebido cerca de R$ 20 milhões da farmacêutica através do lobista Milton Lyra, como parte de um esquema de favorecimento da empresa no Senado. O relatório da PF foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto, e o ministro Edson Fachin encaminhou o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre o prosseguimento do caso.

Acusações baseadas em delação premiada

A investigação teve início a partir da delação premiada de Nelson Mello, ex-diretor da Hypera, que afirmou que o pagamento aos senadores foi justificado por contratos fictícios com empresas indicadas por Lyra. No entanto, a defesa de Eduardo Braga contestou as declarações, apontando que o delator mudou sua versão anos após o início do inquérito e baseou-se em relatos indiretos.

Fabiano Silveira criticou o vazamento do relatório sigiloso e expressou confiança de que o inquérito será arquivado. O senador Eduardo Braga, atual líder do MDB no Senado e relator da reforma tributária, também não teria mantido contato direto com o delator, segundo a defesa.

Outros envolvidos

A Hypera Pharma declarou que as irregularidades relacionadas ao período de 2013 a 2015 foram encerradas por meio de um acordo de leniência em 2022. Já a defesa de Romero Jucá rejeitou as acusações, alegando que a denúncia se baseia exclusivamente na delação premiada e representa uma tentativa de criminalizar a política.

O caso segue sob análise da PGR, enquanto o STF ainda não se pronunciou.