AMAZONAS — Nesta sexta-feira (30), o Rio Solimões atingiu um marco alarmante ao registrar a cota mais baixa da sua história, com -0,94 metro na cidade de Tabatinga, no interior do Amazonas. Este nível crítico, monitorado pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB) desde a década de 70, indica que a região enfrenta a maior seca dos últimos 40 anos.
O Alto Solimões, conhecido como a “porta de entrada” do rio no Brasil, está enfrentando uma estiagem severa que já causou complicações significativas para a população local. Cidades como Benjamin Constant e Atalaia do Norte estão em risco de isolamento, pois dependem do rio para o transporte de alimentos e medicamentos. O secretário-executivo de Defesa Civil de Benjamin Constant, Ricelly Dacio, expressou preocupação com o aumento dos preços dos produtos essenciais e a dificuldade de transporte devido à baixa do nível da água.
Nos últimos dias, o nível do rio caiu mais 16 cm, e a previsão é que continue a descer até o fim de outubro, período que compreende a primeira metade da estiagem. Para lidar com essa situação sem precedentes, o SGB planeja instalar uma nova régua de medição que possa registrar até -2 metros, algo inédito na história da região.
A média histórica para o dia 30 de agosto é de 2,71 metros, o que significa que, em 2024, o rio está quase 4 metros mais raso do que o normal para esta época do ano. A escassez de água não apenas afeta o abastecimento, mas também gera um impacto profundo na vida cotidiana das comunidades ribeirinhas, que já estão recebendo ajuda humanitária para enfrentar essa crise.