A Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara que investiga as chamadas pirâmides financeiras se reúne nesta quarta-feira para ouvir o depoimento dos sócios, diretores e ex-diretores da empresa 123 milhas. A agência de viagens entrou na mira dos parlamentares depois que anunciou a suspensão na emissão de passagens e de pacotes promocionais até o fim do ano em razão de dificuldades financeiras.
A companhia também virou alvo da fiscalização de órgãos de defesa do consumidor em todo o país ao não honrar os pacotes de viagem e as passagens compradas pelos clientes. São esperados para depor Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, além de diretores e administradores da companhia. Ramiro e Augusto estavam, inclusive, sob ameaça de condução coercitiva pela CPI, já que faltaram a dois depoimentos sem apresentar justificativa. Eles foram impedidos de deixar o país.
É a terceira vez que o colegiado tenta ouvir os empresários. O primeiro depoimento foi marcado para 29 de agosto, mas eles faltaram alegando dificuldades dos advogados em acompanhar a oitiva. Na semana seguinte também faltaram ao depoimento, alegando ter uma agenda no ministério do Turismo no mesmo dia e horário.
Nessa terça, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido dos empresários para suspender a quebra dos sigilos deles pela CPI da Câmara. A ministra entendeu que a quebra do sigilo pela comissão da Câmara é legal e o caso se enquadra dentro do plano de trabalho da CPI.