‘CPF já cadastrado’: candidatos acusam erro em ferramenta para pedir auxílio emergencial

Tela mostra erro no aplicativo da Caixa ─ Foto: Reprodução

Muitos registros no Cadastro de Pessoa Física (CPF) vêm sendo recusados pela Caixa Econômica Federal no site e no aplicativo criados para inscrição no auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal, oferecido aos trabalhadores informais em função da pandemia do novo coronavírus. Segundo denúncias recebidas pelo EXTRA, a mensagem de que os CPFs já teriam sido utilizados aparecem tanto para quem tenta pela primeira vez se inscrever para ter o benefício quanto para quem já se cadastrou, mas recebeu a indicação do próprio sistema de que deveria repetir o procedimento. Este último é o caso de Luciana Dutra, de 47 anos, microempreendedora do ramo de eventos e mãe de duas crianças, de 7 e 14 anos, que não recebem pensão do pai.

— Quando eu fiz o cadastro pela primeira vez, no dia 7, não tinha os CPFs das minhas filhas e não sabia que iria precisar. O pedido ficou em análise por bastante tempo e, no dia 24, apareceu uma mensagem dizendo que eu deveria refazer o cadastro para informar os CPFs delas. Fiz os CPFs pelos Correios e incluí os dados no aplicativo, recebendo o informe de que haviam sido cadastrados com sucesso. Deveria, então, aguardar cinco dias para a análise. Três dias depois, quando resolvi dar uma olhada no andamento, apareceu novamente a mensagem, pedindo para recadastrar. Refiz todo o procedimento, mas dessa vez, quando fui colocar os CPFs das crianças, o informe era de que elas já estavam inclusas em outro grupo familiar — conta Luciana.

A empreendedora lembra que tentou repetir o procedimento outras vezes e, lendo sempre o mesmo aviso, decidiu consultar o andamento do pedido já feito pelo seu CPF.

— Apareceu que não havia nenhum cadastro no meu CPF. Ou seja, eliminaram o primeiro cadastro. Comecei de novo, e o (novo) cadastro somente seguiria adiante se eu não colocasse os CPFs das crianças e não marcasse a opção “chefe de família”. Tive que marcar a declaração de que não sou chefe de família. Para não ficar sem receber, dessa vez eu fiz o procedimento até o final, sem incluir minhas filhas. Ou seja, precisei abrir mão do direito de receber R$ 1.200 previstos na lei para conseguir receber R$ 600. Creio que o objetivo seja esse — avalia ela.

Por conta das proibições de aglomeração, as festas no Estado do Rio foram canceladas. Sem trabalho, Luciana não tem renda há mais de um mês. E tem contado com a ajuda de amigos e parentes para sustentar as duas filhas, que moram com ela em Teresópolis, na Região Serrana.

FONTE: Extra