
A Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira (17) a suspensão temporária dos novos downloads do chatbot chinês DeepSeek enquanto avalia o cumprimento da plataforma às leis locais de proteção de dados. A medida restringe apenas novas instalações, permitindo que usuários anteriores continuem utilizando o aplicativo e acessando o site normalmente.
A decisão coloca o país ao lado de outras nações, como Itália, Taiwan e Austrália, que já adotaram restrições ao DeepSeek devido a preocupações semelhantes. De acordo com autoridades sul-coreanas citadas pela Reuters, o serviço será retomado assim que a startup chinesa implementar melhorias para atender à legislação local. A empresa admitiu ter negligenciado alguns aspectos legais e nomeou representantes jurídicos no país recentemente.
A China reagiu à medida, pedindo que questões tecnológicas “não sejam politizadas”. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, afirmou que as empresas chinesas respeitam as normas locais e criticou medidas que ultrapassem o conceito de segurança nacional, segundo a France Presse.
Lançado em 20 de janeiro pela startup DeepSeek, o chatbot atraiu atenção global rapidamente, mas também gerou polêmica. Sua ascensão coincidiu com perdas de US$ 1 trilhão nas ações de grandes empresas de tecnologia em Nova York no dia 27 de janeiro.
Itália foi pioneira ao bloquear o aplicativo em 30 de janeiro, alegando falta de transparência na coleta de dados pessoais e iniciando uma investigação mais profunda. Em Taiwan, o governo proibiu seu uso em agências oficiais em 3 de fevereiro, citando riscos à segurança nacional e possíveis vazamentos de informações para a China. Já a Austrália ordenou a remoção do software de dispositivos governamentais no dia 4, justificando a medida como necessária para proteger interesses nacionais.
Outros países também estudam ações. Nos Estados Unidos, congressistas planejam apresentar um projeto de lei para banir o DeepSeek de dispositivos governamentais, conforme reportado pelo The Wall Street Journal.