A Comissão de Defesa do Consumidor (Comdec) da Câmara Municipal de Manaus (CMM) se reuniu, na manhã desta quinta-feira (26), com os representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), da Defensoria Pública do Estado (DPE/AM), da Ordem dos Advogados do Brasil, do Procon Manaus e do Procon/AM, para discutir a possível obrigatoriedade do uso do cartão Passa Fácil no transporte público urbano, com propósito de diminuir os assaltos dentro dos coletivos.
No início deste mês, Sinetram colocou em teste cinco linhas de ônibus que passaram a receber a passagem apenas via cartão. Segundo o advogado do órgão, Fernando Borges, a medida visa diminuir os assaltos, que só no ano passado causou um prejuízo de mais de R$ 1milhão às empresas.
“No ano passado o prejuízo financeiro das empresas girou em torno de R$ 1 milhão. Com esse dinheiro dá para comprar quatro novos ônibus que hoje poderiam estar rodando nas ruas de Manaus, por isso, a nossa preocupação é fazer com que esse número, que é de 11 assaltos por dia diminua, assim estaremos também preservando a vida humana”, enfatizou Fernando que lembrou que o uso do Passa Fácil não será obrigatório nesse primeiro momento.
A justificativa não convenceu o presidente da Comdec, vereador Álvaro Campelo (PP), por acreditar que o ladrão não vai à busca da renda do transporte público. “O ladrão naturalmente não vai atrás da renda dos coletivos, ele vai atrás de objetos de valores, como celulares, cordões, pulseiras, relógios que dão mais lucro, por isso essa explicação, que o objetivo é diminuir os assaltos, não convence”, argumentou o parlamentar.
Para o Superintendente Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Coronel Franclides Corrêa, a obrigatoriedade do pagamento da passagem via cartão pode ser benéfica, mas enfatiza que é preciso tempo, pois tem que levar em consideração que o país passou por uma grave crise financeira.
“O que nós queremos, de fato, é que essa medida não prejudique o passageiro de ônibus, que não seja uma medida por imposição, que o usuário do transporte público possa optar pela forma de pagamento. Passamos recentemente por uma crise financeira, o que atrapalha o cidadão se ele tiver que comprar os créditos. É preciso tempo para que todos estejam estabilizados, para então começarmos a trabalhar nessa questão”.