A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10), que elevará os preços do diesel em cerca de 25% em suas refinarias, enquanto os valores da gasolina deverão subir quase 19%, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em função da guerra na Ucrânia.
A Petrobras afirmou que aumentará o preço do diesel para R$ 4,51 o litro, ante R$ 3,61 reais. No caso da gasolina, o valor passará a R$ 3,86 o litro, ante R$ 3,25 , ambos vigorando a partir de amanhã.
A empresa afirmou ainda que o preço médio de venda do GLP (gás de cozinha) para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg.
Congelamento de preço
Nos últimos dias, o governo de Jair Bolsonaro se mostrou favorável de congelamento do preço do combustível. Porém, o projeto deve ter dificuldade de superar a resistência do conselho de administração da Petrobras.
Para que o congelamento saia do papel, a proposta terá de ser, antes, aprovada pelo conselho de administração da empresa e isso dificilmente vai ocorrer, segundo executivos ligados à companhia.
Boa parte do colegiado é composta por representantes do mercado financeiro e também por profissionais do setor de petróleo que acreditam na necessidade de a Petrobras se manter isenta de ingerências políticas. No conselho, há três representantes do mercado financeiro, quatro independentes e três nomes ligados diretamente ao governo.
O principal argumento contra a aprovação é de que o petróleo e os seus combustíveis são commodities (matérias-primas com cotação internacional) e, “assim como os alimentos, têm que ter preços livres”. Um congelamento seria interpretado como uma intervenção política na estatal.
Outro ponto desfavorável à aprovação do congelamento dos preços dos combustíveis é a cláusula do estatuto social da companhia que prevê que os membros do colegiado podem ser pessoalmente penalizados caso tomem decisões prejudiciais à empresa. Como, com os preços congelados, a Petrobras tende a ter prejuízos, esse é mais um fator a pesar contra a proposta.
🇫🇴🇳🇹🇪 Estadão Conteúdo