Como medida de segurança orientada pela assistência da Polícia Militar no Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), os desembargadores cearenses passaram a circular em veículos oficiais sem a identificação original, as placas pretas, trocadas por placas normais, da cor cinza, desde o início desta semana.
A “camuflagem” dos carros oficiais foi um apelo dos próprios desembargadores, diante do crescimento de casos de violência relacionados a facções criminosas no Estado do Ceará. A informação foi repassada por um magistrado entrevistado pelo jornal O Povo, que afirmou que a identificação poderia expor as autoridades a riscos, por “chamar muita atenção” e dar a certeza de que há magistrados sendo transportados.
A presidência do TJ do Ceará afirmou que o uso da estratégia não é inédito na Corte, bem como em outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde a Justiça já opera com medidas de precaução semelhantes há vários anos.
Segundo a reportagem de O Povo, medida foi recebida com reservas por analistas judiciários e oficiais de Justiça, categorias assessórias à Justiça que atuam no TJCE. Cada desembargador cearense tem direito a um carro oficial, preto, do modelo Nissan Sentra, com um motorista oficial designado.
A secretária da Justiça do Estado do Ceará, Socorro França, negou para o jornal cearense que o governo tenha perdido controle sobre a atuação de facções e falou em reforço nas ações para evitar violência em presídios. A gestora do sistema carcerário cearense afirmou que deputados que criticam o quadro atual dos presídios demonstram “total desconhecimento” sobre a situação real das carceragens. Com informações do jornal O Povo.