Conforme uma das coordenadoras do movimento grevista na cidade, Francinete Onete, apenas 49 professores – de um total de 200 no município – aderiram à greve.
“Infelizmente os colegas que aderiram acabaram ficando desanimados devido a já baixa adesão e optaram por voltar para as salas de aula. Creio que a maioria dos colegas não quis participar porque estavam com medo de retaliações. Nesse tipo de movimento, se não há adesão, não há como a pressão surtir bons feitos e decidimos em assembleia, já com apenas 26 professores, encerrar o movimento na cidade”, reforçou Francinete Onete, ao destacar que os professores grevistas voltam ao trabalho já nesta terça-feira (7).
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Ana Cristina Rodrigues, afirmou que o fim do movimento grevista em Autazes não afeta de forma geral as paralisações nos outros municípios. “O impacto político do encerramento da paralisação é grande, já o impacto quantitativo é pequeno. Autazes tem apenas duas escolas do Estado”, justificou a presidente.
Autazes é o primeiro município a declarar o fim do movimento de paralisação que teve inicio em todo o estado no dia 15 de abril.
Os professores da rede estadual cobram reajuste salarial de 15%, referente a 4,73% de reposição da inflação e perdas da ordem de 10,6% no poder de compra. Em reunião com representantes do movimento realizada na última sexta-feira (3), o vice-governador Carlos Almeida apresentou contraproposta de 4,74%, taxa 0,81% maior que a proposta inicial do Executivo. Almeida também se comprometeu em desistir da ação judicial contra os grevistas e o cancelamento das penalidades aos professores que aderiram ao movimento.
Em nota, o Sinteam disse que vai realizar nesta quarta-feira, às 16h, uma assembleia geral para apreciar a nova proposta e decidir pelo encerramento ou não da paralisação. “Vamos levar o percentual para a categoria que é quem tem o poder de decidir se aceita ou não. Não podemos falar no fim da greve”, afirmou a presidente Ana Cristina Rodrigues.