Com baixa adesão, professores de Autazes decidem terminar greve

Decisão foi tomada após assembleia-geral realizada na manhã desta segunda-feira (6). Professores voltam às escolas já nesta terça-feira (7). Em Manaus, assembleia geral ocorre na quarta. | Foto: Arquivo
Após três semanas de paralisação, os professores da rede estadual de ensino do município de Autazes decidiram, em assembleia geral realizada na manhã desta segunda-feira (6), encerrar o movimento grevista na cidade.Um dos principais fatores para o fim do movimento na cidade foi a baixa adesão ao movimento por parte dos profissionais da educação no município.A decisão foi comunicada por meio de ofício expedido pela Delegacia Sindical de Autazes, que faz parte do Sindicato de Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), à Coordenadoria de Educação do município.

Conforme uma das coordenadoras do movimento grevista na cidade, Francinete Onete,  apenas 49 professores – de um total de 200 no município – aderiram à greve.

“Infelizmente os colegas que aderiram acabaram ficando desanimados devido a já baixa adesão e optaram por voltar para as salas de aula. Creio que a maioria dos colegas não quis participar porque estavam com medo de retaliações. Nesse tipo de movimento, se não há adesão, não há como a pressão surtir bons feitos e decidimos em assembleia, já com apenas 26 professores, encerrar o movimento na cidade”, reforçou Francinete Onete, ao destacar que os professores grevistas voltam ao trabalho já nesta terça-feira (7).

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Ana Cristina Rodrigues, afirmou que o fim do movimento grevista em Autazes não afeta de forma geral as paralisações nos outros municípios. “O impacto político do encerramento da paralisação é grande, já o impacto quantitativo é pequeno. Autazes tem apenas duas escolas do Estado”, justificou a presidente.

Autazes é o primeiro município a declarar o fim do movimento de paralisação que teve inicio em todo o estado no dia 15 de abril.

Os professores da rede estadual cobram reajuste salarial de 15%, referente a 4,73% de reposição da inflação e perdas da ordem de 10,6% no poder de compra. Em reunião com representantes do movimento realizada na última sexta-feira (3), o vice-governador Carlos Almeida apresentou contraproposta de 4,74%, taxa 0,81% maior que a proposta inicial do Executivo. Almeida também se comprometeu em desistir da ação judicial contra os grevistas e o cancelamento das penalidades aos professores que aderiram ao movimento.

Em nota, o Sinteam disse que vai realizar nesta quarta-feira, às 16h, uma assembleia geral para apreciar a nova proposta e decidir pelo encerramento ou não da paralisação. “Vamos levar o percentual para a categoria que é quem tem o poder de decidir se aceita ou não. Não podemos falar no fim da greve”, afirmou a presidente Ana Cristina Rodrigues.