O cientista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Luis Val, será agraciado com o Prêmio Fundação Bunge, um dos mais importantes reconhecimentos de méritos científicos, literário e artístico do país. Reconhecido mundialmente por pesquisas que permitiram entender como os peixes e outros organismos aquáticos da Amazônia vivem, se reproduzem e morrem, Val será premiado na categoria Vida e Obra, no tema “Soluções baseadas na natureza para agricultura sustentável e inclusiva”. A cerimônia de entrega da honraria ocorrerá em setembro, na capital paulista.
Val, que é vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), é biólogo e tem pós-doutorado na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. O pesquisador desenvolve estudos relacionados a adaptações biológicas às mudanças ambientais, tanto as de origem natural como as causadas pelo homem, em ambientes naturais e de criação. No Inpa desde 1981, envolveu-se com análises das necessidades da Amazônia relacionadas à educação, ciência e tecnologia. Suas pesquisas têm apoio financeiro de agências brasileiras, como CNPq, CAPES e FAPEAM, e estrangeiras, como o International Copper Association e The Leverhulme Trust. Atualmente, o pesquisador coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Adaptações da Biota, Aquática da Amazônia (INCT/Adapta).
O cientista do Inpa orientou mais de 120 estudantes em nível de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Como membro de sociedades científicas nacionais e estrangeiras, organizou mais de duas dezenas de eventos no Brasil e no exterior e publicou mais de 210 trabalhos inéditos em periódicos nacionais e estrangeiros, mais de 20 capítulos de livros e livros.
Amplamente premiado, o pesquisador já recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, em 2002, e o Prêmio Excelência da American Fisheries Society, em 2004. No ano de 2005, foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e atuou como seu vice-presidente para a Região Norte de 2007 a 2012 e de 2019 em diante. Foi diretor-geral do Inpa de 2006 a 2014. Em 2008, recebeu a Grande Ordem do Mérito Legislativo do Estado do Amazonas e, em 2013, foi admitido na classe Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 2015, recebeu o título de cidadão do Amazonas e, em 2016, recebeu a honrosa homenagem Anísio Teixeira da CAPES/MEC. Val foi ainda credenciado como professor adjunto da Escola de Pós-graduação da Universidade de Laval, Quebec, no Canadá, em 2017, e eleito membro de pleno direito da Academia Mundial de Ciências (TWAS), em 2021.
“É uma grande alegria para nós homenagear cientistas que desenvolvem pesquisas de excelência em nosso país. O Prêmio Fundação Bunge visa incentivar a ciência nacional e de certa forma inspirar futuros pesquisadores. Só teremos um país desenvolvido se incentivarmos a ciência, a pesquisa e a inovação”, afirma Cláudia Buzzette Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge.
Prêmio Fundação Bunge teve recorde de indicados
Neste ano, o Prêmio Fundação Bunge contou com um número recorde de indicados. Ao todo, 120 pesquisadores foram recomendados por instituições públicas e privadas de ciência no país para serem homenageados, um aumento de 54% em relação a 2022, quando o Prêmio recebeu 78 indicações.
Eles foram avaliados por comissões técnicas formadas por especialistas em ciências agrárias e ciências humanas e sociais, áreas contempladas pela edição 2023 do Prêmio.
Sobre o Prêmio
O Prêmio Fundação Bunge foi criado em 1955 para incentivar a inovação e disseminação de conhecimento, reconhecer profissionais que contribuem para o desenvolvimento da cultura e das ciências no Brasil, além de estimular novos talentos. Desde a sua criação, mais de 200 personalidades foram premiadas, entre elas os escritores Erico Veríssimo Daniel Munduruku, Hilda Hilst, Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz e Ruth Rocha, os arquitetos Oscar Niemeyer e Lucio Costa, o médico e pesquisados Carlos Chagas Filho, o artistas plásticos Emiliano Di Cavalcanti, Maria Bonomi e Regina Silveira, o sociólogo Gilberto Freyre, o jurista Miguel Reale, o físico Cesare Lattes, os educadores Anísio Teixeira e Paulo Freire, o crítico literário Antonio Candido, o filólogo Antônio Houaiss, o geógrafo Aziz Nacib Ab´Saber, os engenheiros agrônomos Eurípedes Malavolta e Mariângela Hungria, e os cientistas políticos Celso Lafer e Fernando Abrucio.