
SINGAPURA — Ele não tem braços. Não usa touca, nem traje técnico. Só uma sunga. E mesmo assim, Jincheng Guo desliza pela água como se fosse um peixe nascido para quebrar recordes.
No Mundial de Natação Paralímpica em Singapura, o fenômeno chinês da classe S5 encantou de novo ao vencer os 50m livre em 30s11, nadando quase totalmente submerso, como um torpedo humano. Sua técnica? A famosa “bolha de ar” — um truque físico que transforma a superfície da água em seu escudo invisível, reduzindo arrasto e deixando rivais boquiabertos.
Enquanto outros nadadores quebram a água com braçadas, Guo desliza por baixo dela — só os pés aparecem, batendo furiosamente como hélices. O ucraniano Artem Oliinyk (prata) e o brasileiro Samuel Oliveira (bronze) sequer viram sua sombra.
Campeão em Paris-2024 com 4 ouros e 3 recordes mundiais, Guo não veio para competir. Veio para reescrever as leis da hidrodinâmica. E está fazendo isso de sunga — porque regras? Ele as redefine.


