China fecha quatro mil sites por conteúdo ‘nocivo’

© Satoshi Kambayashi/Vigilância China

O governo da China anunciou a conclusão de uma campanha contra a disseminação de conteúdo “nocivo”, que resultou no fechamento de mais de quatro mil sites, páginas ou contas em redes sociais. Entre os alvos estavam as fake news e serviços que disponibilizavam material relacionado à pornografia, jogos de azar, violência ou que contavam com elementos que infringiam direitos autorais.

O fim de três meses de trabalho foi anunciada pela agência de notícias oficial do país, a Xinhua, e reproduzida pela imprensa internacional. A ideia, de acordo com as autoridades, era impedir diferentes instâncias de publicações irregulares, que iam desde a publicação de rumores até a disseminação de conteúdo que vão contra os princípios da China.

A operação foi iniciada em maio, com a identificação de um conjunto de 120 irregularidades e a notificação de mais de 200 empresas, com sede ou não no país, para que elas pudessem corrigir tais problemas. Ao final de agosto, o país afirma que 147 mil conteúdos “nocivos” já haviam sido removidos, seja pela recusa de seus responsáveis em realizar a correção ou pela ausência de respostas.

O comunicado do órgão regulatório, entretanto, é pouco específico. Apesar de citar especificamente os termos que levaram à retirada do conteúdo do ar, o texto dá poucos detalhes sobre o que, exatamente, foi removido. Um dos principais alvos da operação, afirmou a Xinhua, foram “ficções online” que continham vulgaridade, obscenidade e valores impróprios às tradições chinesas. Nesse meio, também estavam a maioria das quebras de direitos autorais.

Um único caso é citado nominalmente, mesmo que sem muitos detalhes. Em uma das maiores remoções de conteúdo da operação, um serviço de pornografia ao vivo foi desativado. A plataforma, cujo acesso foi bloqueado e, depois, completamente desativado, contava com mais de 3,5 milhões de usuários registrados e tinha sede no Camboja, apesar de os chineses serem seu principal público-alvo.

O acesso à informação e internet na China é amplamente regulado pelas autoridades, que impedem o acesso dos usuários a conteúdo considerado contrário aos interesses da nação, bem como aqueles que vão contra seus códigos de conduta. Além de dissidentes políticos e símbolos de discursos contrários à ordem vigente, como é o caso de sites ligados a governos inimigos ou ligados aos ensinamentos de Dalai Lama, também são inacessíveis serviços como NetflixTelegramYouTubeInstagram e outros, assim como plataformas de VPN e veículos ocidentais de mídia como BBC, Reuters, The New York Times, The Independent, entre outros.

Fonte: Reuters