Cheia do Rio Negro vira atração e deve atingir a de 2012

Na Manaus Moderna, os barcos atingiram o muro de contenção (Foto: Nainy Castelo Branco / Divulgação)

A cheia do Rio Negro este ano já é a segunda maior da história. Neste domingo (23) o nível da água chegou a 29,87 metros. As ruas alagadas lembram o cenário causado pela cheia de 2012, quando a cota máxima foi 29,97 metros. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), se as chuvas seguirem em ritmo elevado, a cheia deve ultrapassar a histórica, nesta terça-feira (25).

A subida das águas mudou completamente a rotina dos trabalhadores e frequentadores no Centro. Na Manaus Moderna, os barcos já se aproximam da calçada. Manoel Campelo é responsável por uma embarcação que viaja para Itamarati (a 985 quilômetros a sudoeste de Manaus). Segundo ele, essa aproximação tornou o acesso mais fácil.

“Facilita o acesso de embarcar, até mesmo para ajudar a tripulação. A cheia prejudica algumas coisas, mas facilita outras, como é o nosso caso”, explicou Campelo.

A cena da aproximação dos barcos a calçada também atrai curiosas, que querem de ver de perto a subida do Rio Negro. A artesã Luciana Martins foi até o local acompanhada da família. Ela ainda guarda lembranças da cheia de 2012, mas está admirada com a deste ano.

“A gente chegou a ver a cheia de 2012 e foi muito lindo, mas por outro lado, a gente fica um pouco preocupada com os ribeirinhos e a população em geral. O que preocupa também é a situação do interior. Na capital nós temos um recurso para sobreviver, muitos deles (ribeirinhos) sobrevivem da pesca e pecuária, então a gente fica bastante preocupada”.

De acordo com a Defesa Civil, 58 dos 62 municípios enfrentam as dificuldades causadas pela cheia dos rios. Mais de 455 mil pessoas são afetadas no Amazonas. Em Manaus, pelo menos 15 bairros têm pontos de alagamento.

Na Praça da Matriz, na área do Relógio Municipal, a água já invadiu as lojas da Avenida Eduardo Ribeiro e tem causado prejuízo aos comerciantes. Um esquema foi montado pelo Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), para atender os usuários.

Para aqueles que passaram por essa área, vale uma parada. A enfermeira Lone Bezerra, com o marido levou os dois filhos para verem o nível do rio. “Pra mim isso é fato histórico, eu moro em Manaus há 9 anos e mas todas as vezes que isso chegou a acontecer que nem em 2012 eu não cheguei a ver e hoje, trouxe os filhos. É interessante porque ao mesmo tempo que a cidade parece alta, a água conseguiu fazer isso”, contou admirada.

FONTE: D24AM