Sete pessoas foram assassinadas a tiros por piratas no rio Japurá, localizado no município de Maraã. A chacina aconteceu na tarde de ontem (18) na comunidade denominada de Cuiú-cuiú, quando os piratas atacaram uma embarcação de ribeirinhos. Não há informações se houve sobreviventes. Apesar de ter confirmado o caso, a polícia informou que ainda não possui muitas informações e que investiga as circunstâncias das mortes.
De acordo com o delegado do município, Glaucio Oliveira, os ataques de piratas sempre aconteceram no rio Japurá, mas ultimamente ficaram mais frequentes e mais violentos. “Se nenhuma medida for tomada, isso aqui poderá se transformar em um estado paralelo de terrorismo,” disse o delegado.
Conforme Oliveira, navegar pelo rio Japurá está extremamente perigoso. Os piratas estão atacando a qualquer hora, eles chegam em lanchas potentes tripuladas com aproximadamente 15 homens mascarados e fortemente armados. A polícia já registrou outra morte na semana passada, mas de acordo com o delegado, as vítimas, por medo, não vão à delegacia registrar as ocorrências.
Os criminosos, de acordo com o delegado, atacam qualquer embarcação, seja de pescadores, ribeirinhos e até recreios. Eles levam tudo que é de valor, desde gasolina, dinheiro e objetos pessoais, depois fogem.
Terror
Os ataques têm espalhado terror nas comunidades ribeirinhas e em pescadores que utilizam o rio para tirar seu sustento. Temendo represálias, eles pedem socorro por meio de redes sociais devido aos ataques que já acontece há algum tempo, mas que nos últimos meses têm aumentado de tal forma que muitos estão deixando de sair para pescar, temendo a violência que tomou conta do rio.
De acordo com associados da Associação de Pescadores Z32 do município de Maraã, os ataques acontecem a qualquer hora. Além das sete mais duas pessoas foram mortas na comunidade Matamatá. Quando menos se espera, aparecem lanchas com motores potentes com homens fortemente armados.
Os criminosos obrigam as embarcações a pararem, entram já fazendo terror, batendo nas vítimas e ameaçando de morte. Eles tomam tudo que há de valor e fogem. Muitas vítimas temem falar com medo de represálias.
Glaucio Oliveira está na capital em busca de ajuda para a situação de Maraã. Conforme o delegado, na Delegacia do município só tem ele é um investigador, número muito inferior ao de piratas.
Ontem, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, disse que já foi informado do que vem acontecendo no município, mas nada oficial.
De acordo com Norte já está sendo programada uma reunião com os órgãos de segurança para planejar uma operação de repressão ao combate de ataques de piratas e o tráfico de droga na região.
Há muito tempo que o rio Japurá vem sendo usado como rota alternativa do tráfico de droga. Quando há barreiras policiais no rio Solimões o tráfico passa usar o Japurá. A suspeita é que os ataques de Maraã cresceram depois da instalação da base Arpão no Solimões município de Coari.
Japurá é um rio que nasce na Colômbia como o nome Caquetá, tem 733 quilômetros de extensão em território brasileiro e desagua no rio Solimões.
FONTE: ACrítica