CURITIBA, PR — Nesta segunda-feira, 1º de abril, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) inicia o julgamento das Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que pedem a cassação do mandato do senador Sérgio Moro (União-PR). O ex-juiz federal, que ganhou notoriedade por sua atuação na Operação Lava Jato, é acusado de “abuso de poder econômico” na campanha eleitoral de 2022.
As alegações contra Moro incluem o uso de recursos do fundo partidário ou eleitoral pelo partido Podemos para promover sua pré-candidatura à presidência. Além disso, Moro é acusado de se beneficiar dessa exposição para sua candidatura ao Senado. O pedido de cassação foi formalizado pelo PT, em federação com o PCdoB e PV, e até pelo PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado e rival de Lula.
Em dezembro de 2023, o Ministério Público Eleitoral deu parecer favorável à cassação e inelegibilidade de Moro. Os partidos questionam gastos de sua campanha eleitoral, como a compra de um carro blindado e gastos com segurança particular, que teriam causado desequilíbrio na disputa pelo Senado.
Moro, por sua vez, defende que o pedido de cassação será improcedente. Ele discorda da consideração do Ministério Público Eleitoral de gastos fora do Paraná e outros “indiferentes eleitorais”, como segurança para protegê-lo de ser assassinado pelo PCC, como “despesas pré-eleitorais”.
O julgamento, que tem início às 14h na Corte Eleitoral do Paraná, é um marco importante na política brasileira. Independentemente do resultado, o caso destaca a tensão entre a justiça eleitoral e os direitos políticos no Brasil. A decisão do tribunal será acompanhada de perto, pois pode ter implicações significativas para o futuro político de Moro e para a percepção pública da justiça eleitoral.
