Candidato em 2026, Bolsonaro sinaliza oposição sem trégua

Nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro aparecem em melhor condição para enfrentar o presidente Lula.

O curto discurso da tarde de terça (1º) deixou claro que o presidente Jair Bolsonaro permanecerá se opondo a Lula e a tudo que o presidente eleito representa, recusando-se a reconhecer a vitória do petista. Até porque ele e seus apoiadores acham que não foram derrotados por Lula, mas sim por uma aliança política em torno do oponente, incluindo setores da mídia e decisões judiciais que desequilibraram a disputa eleitoral.

Sinal de joinha

Ao criticar os bloqueios, mas sem apelar enfaticamente pelo seu fim, ele se recusou a desautorizar quem se manifesta em sua defesa.

Projeto 2026

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) avisou ontem, em conversa com jornalistas, que seu pai será mesmo candidato a presidente, em 2026.

Marcação cerrada

O cientista político Paulo Kramer avalia que Bolsonaro se posicionou, ontem, como principal líder da oposição ao próximo governo.

Demorou demais

O problema é que Bolsonaro demorou demais a agradecer os incríveis 58 milhões de votos que recebeu. Passou a impressão de “mimimi”.

‘Tradição’ de reconhecer derrota não há no Brasil

O presidente Jair Bolsonaro se recusou a “reconhecer a vitória de Lula” por entender que a cobrança objetivava vê-lo humilhado pela derrota. Na pressão para ele se pronunciar, apelou-se para uma “tradição” que é uma mentira: no Brasil, não há precedente de presidente derrotado na reeleição. Nem de derrotado para presidente que tenha feito esse gesto. Essa tradição é observada em outras democracias, como a americana.

Sem cobranças

Em 2018, por exemplo, Fernando Haddad (PT) se recusou a admitir a derrota e ou a cumprimentar o vitorioso. Nem foi cobrado pela mídia.

Inimigo é inimigo

Bolsonaro nunca avaliou o que se cobrava dele, ou seja, reconhecer a vitória de Lula. Um soldado não cumprimenta o inimigo.

Lambendo feridas

Ele ficou abatido com a derrota, que não esperava, por isso demorou a falar. “Precisava de um tempo para lamber as feridas”, disse um auxiliar.

Por DIÁRIO DO PODER