ALASCA — Na última semana, a Força Aérea dos Estados Unidos divulgou imagens de uma manobra arriscada realizada por um caça russo Su-35 durante uma interceptação perto do Alasca, destacando um episódio de tensão crescente nos céus do Ártico. Em contraste com interceptações aéreas anteriores, normalmente conduzidas de forma profissional, autoridades americanas afirmaram que a ação desta vez foi “insegura e antiprofissional”, colocando em risco a vida dos pilotos envolvidos.
De acordo com o general Gregory Guillot, comandante das forças aéreas dos EUA na América do Norte, a proximidade e a velocidade com que o caça russo passou entre aeronaves americanas durante a interceptação foram alarmantes. “O comportamento do Su-35 foi perigoso e não condiz com o padrão esperado de uma força aérea profissional”, criticou o general.
O vídeo, capturado pela cabine de um dos caças americanos, mostra o momento exato em que o jato russo realiza a manobra, levando o piloto dos EUA a reagir para evitar uma possível colisão. As imagens foram divulgadas pelo Serviço de Distribuição do Exército dos EUA (DVIDS), e rapidamente ganharam repercussão, evidenciando os riscos em operações no disputado espaço aéreo próximo ao Alasca.
Embora o Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD) tenha informado que a presença de aeronaves militares russas naquela região é relativamente comum e “não representa uma ameaça”, o incidente mais recente gerou uma preocupação adicional sobre a segurança das operações aéreas. No dia 23 de setembro, o NORAD havia detectado e rastreado quatro aeronaves russas na Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) do Alasca, ressaltando que essas incursões ocorrem com certa regularidade.
A embaixada russa em Washington não comentou o incidente, apesar dos pedidos de esclarecimento. O episódio reforça a importância estratégica da região e o cuidado que as potências devem ter ao realizar operações em zonas aéreas internacionais sensíveis.
Essas zonas, como a ADIZ do Alasca, representam áreas onde aeronaves que se aproximam do espaço aéreo soberano de um país devem se identificar para garantir a segurança e evitar mal-entendidos, uma prática comum em regiões de interesse militar, como o Ártico. O recente incidente, no entanto, evidencia que, mesmo com protocolos estabelecidos, os riscos permanecem elevados quando as tensões entre grandes potências aumentam.