
Com a rotina cada vez mais concentrada no ambiente doméstico — entre o trabalho remoto, as aulas online e os encontros virtuais — os brasileiros estão mental e fisicamente esgotados.
Um estudo conduzido pela Universidade de Stanford revelou o que muitos já sentem na pele: o excesso de tempo em frente às telas causa fadiga significativa.
De acordo com a jornalista Bernadete Druzian, em sua coluna Falando de Tecnologia, o brasileiro está saturado do Zoom, a plataforma mais usada para videochamadas e transmissões ao vivo. A sensação é quase unânime: nove em cada dez pessoas afirmam que o isolamento já ultrapassou o limite da paciência.
A pesquisa, liderada pela brasileira Anna Carolina Queiroz, apontou que estudantes experimentam 17% mais cansaço que trabalhadores. No total, 42% dos alunos e 15% dos profissionais relataram níveis elevados de fadiga após longas horas de videoconferência.
Os dados, divulgados pelo Estadão, resultam de entrevistas com 633 brasileiros — entre universitários e funcionários de uma instituição financeira. Além da exaustão física, muitos participantes mencionaram impacto emocional, relatando necessidade de isolamento após os encontros virtuais.
Numa escala de 1 a 5, mais de 18% atingiram o grau máximo de cansaço. As mulheres relataram 21% mais fadiga que os homens, e a diferença triplica quando se fala em níveis intensos de esgotamento.
Especialistas acreditam que a exaustão acadêmica é mais intensa porque o aprendizado exige atenção prolongada, raciocínio contínuo e esforço cognitivo superior.
Para reduzir esse efeito, plataformas como o Microsoft Teams e o Google Meet têm investido em recursos que amenizam a fadiga visual e social — como o “modo junto”, fundos animados e ocultação da própria imagem.
As conclusões do estudo reforçam a necessidade de repensar o uso das videoconferências, apontando caminhos para melhorar a qualidade de vida num cenário em que a interação virtual deve continuar sendo presença constante na rotina de muitos brasileiros.


