Brasil cria 1ª vacina de dose única contra dengue do mundo

O Brasil acaba de fazer história na saúde pública global. O Instituto Butantan, vinculado ao governo de São Paulo, submeteu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro da primeira vacina contra a dengue do mundo que exige apenas uma única dose.

Este marco é fruto de anos de pesquisa e de um amplo estudo clínico de Fase 3, que acompanhou participantes por até cinco anos. Os resultados demonstraram que a vacina é eficaz contra os quatro sorotipos do vírus da dengue, oferecendo uma proteção robusta e simplificada.

Por que uma vacina de dose única é tão importante?

A principal vantagem está na logística e no alcance da campanha de imunização. Esquemas de vacinação que exigem duas ou três doses, como os já existentes, frequentemente enfrentam o problema de que uma parcela da população não retorna para completar o ciclo. Uma vacina de dose única garante que a pessoa esteja fully protegida logo após a aplicação, facilitando enormemente a vacinação em massa, especialmente em regiões de difícil acesso ou com populações mais vulneráveis.

Próximos Passos para a Vacinação no SUS:

A submissão do pedido de registro é um passo crucial, mas ainda há etapas a serem cumpridas:

  1. Análise pela Anvisa: A agência reguladora irá analisar todos os dados de segurança e eficácia apresentados pelo Butantan. Esse processo é fundamental para garantir que a vacina atenda a todos os requisitos para ser liberada para uso público.

  2. Incorporação pelo SUS: Após a possível aprovação da Anvisa, o tema será avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que decidirá sobre a incorporação da vacina no sistema público de saúde.

  3. Campanha Nacional: Uma vez aprovada e incorporada, o Ministério da Saúde poderá planejar e executar uma campanha nacional de vacinação, priorizando, provavelmente, as áreas endêmicas.

A expectativa é que, se aprovada, a vacina do Butantan se torne uma ferramenta poderosa no controle da dengue no Brasil, podendo reduzir drasticamente os casos graves, as internações e os óbitos causados pela doença.