BR-319 tem novo prazo para conclusão das pontes que caíram

O prazo inicial das obras foi prorrogado para abril de 2024

As pontes sobre o rio Curuçá, que desabou no dia 28/09/2022, e o rio Autaz Mirim, cujo desabamento foi dez dias após, em 08/10, têm novo prazo para conclusão. As duas ficam na rodovia federal BR-319 (Manaus-Porto Velho). A prorrogação do contrato do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e a empresa amazonense J Nasser, que realiza as obras, está pronta. O prazo inicial, que era outubro/2023, está prorrogado para abril/2024.

“Um dos motivos é que, até agora, ainda não foram retirados os escombros das pontes que caíram. A gente mete um tubulão para concretar a base e dá no meio de uma tora de concreto”, explica o empresário José Nasser, que é engenheiro, proprietário da construtora.

A limpeza, segundo Nasser, deverá ser concluída somente nos próximos 30 dias. Um dos obstáculos foi o inquérito, com perícias, para apuração das mortes que ocorreram durante os desabamentos. A previsão de conclusão desse trabalho técnico, segundo soube o empresário, está prevista para a próxima semana.

A ponte sobre o rio Curuçá, no KM-010 da BR-319, desabou no dia 28 de setembro do ano passado. A ponte sobre o rio Autaz Mirim (KM-012) caiu dez dias depois. Não houve guerra. Nem terremoto. Foi descuido, falta de manutenção e fiscalização.

Obra gigante

“Não é só engenharia, que tem solução relativamente fácil para o local, mas (a obra) envolve logística e outras dificuldades provocadas pelo sinistro (o desabamento)”, diz Nasser.

A logística envolve a travessia dos rios Negro e Solimões, levando tubulões de aço de 1m20 de diâmetro, com até 40 metros de tamanho. “O mais trabalhoso são as fundações. Depois vem o bloco, pilar, vigas metálicas e o pré-moldado em concreto, para forração da laje. E, finalmente, se construirá o tabuleiro da ponte, em concreto, para receber o asfalto”, explica o engenheiro.

A J Nasser tem uma balsa especial, na margem esquerda do rio Negro, lado de Manaus, especialmente para o transporte pesado. “Tem tubulão (de aço) que pega 20 metros cúbicos (m3) de concreto, que corresponde a quatro carros de concreto. Isso tudo tem que ser transportado até o local da obra”, acrescenta.

Escombros sobre o Autaz Mirim

Os escombros da ponte sobre o rio Autaz Mirim serão reutilizados na nova ponte. “Faremos o reforço na estrutura atual e depois a remoção dos dois trechos que caíram, mais da ponte velha, que desabou antes”, revela o empresário.

As cabeceiras das pontes serão tratadas para evitar a erosão dos taludes, o motivo que causou os acidentes nas duas pontes.

Não há internet ou água potável no trecho que vai do rio Curaçá ao Autaz Mirim, como, de resto, em praticamente toda a BR-319. “Tivemos que fazer um poço de 120 metros de profundidade, para nossos trabalhadores beberem e fabricar concreto. Levamos Internet. Montamos um grande acampamento e temos que providenciar alimentação para lá, diariamente”, conta o proprietário da J Nasser.

O DNIT está envolvido e na terça (22/08) fará inspeção no canteiro de obras. “Os desafios são grandes. Há muita carapanã e estamos usando um produto especial para dedetizar acampamento e canteiro. Além do tradicional mosqueteiro”, revela.

A J Nasser trabalhou em outra ponte na BR-319. Foi no KM-225. “Tudo sempre com grandes desafios. Perdi uma máquina lá”, conclui.

fonte: PMS