A liberdade provisória de três dos envolvimentos no latrocínio (roubo seguido de morte) de um sargento da Polícia Militar do Amazonas chamou atenção do presidente Jair Bolsonaro, que fez postagem nas suas redes sociais sobre a ocorrência.
Na publicação, Bolsonaro diz que “os marginais que executaram o Sgt Luís Carlos da Silva Castro, da PM do Amazonas, com 10 tiros, sendo 8 nas costas, saem pela porta da frente da delegacia, após serem ouvidos em Audiência de Custódia”.
Bolsonaro fala que, em 2016 o deputado Eduardo Bolsonaro, seu filho, apresentou projeto de lei para sustar a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que criou as audiências. A postagem tem mais de 12 mil visualizações e quase 3 mil comentários em menos de 1 hora.
Entenda o caso
Três dos envolvidos no latrocínio (roubo seguido de morte) do sargento da Polícia Militar assassinado na noite de quarta-feira (19), menos de 24h depois do assassinato, foram liberados pela Justiça para responder em liberdade, após passarem por audiência de custódia nesta sexta-feira (21).
O sargento da reserva Luiz Carlos da Silva Castro, 56, foi assassinado após reagir a um assalto, executado pelo grupo, quando fazia segurança numa loja de eletrodomésticos na zona Leste de Manaus.
Latrocínio
Foram presos Josué Ferreira Soares Pires, 19, Joelson Ferreira Soares Pires, 23, Marclei Morais de Souza, 20, e Charles Sanches Morais, 27. Apenas Josué teve a prisão convertida em preventiva, conforme decisão da juíza de Direito Ana Paula Medeiros Braga. A liberdade condicional dos três causou bastante revolta em familiares do sargento e policiais militares.
Conforme a decisão da juíza, apenas Josué, preso em flagrante, permanecerá detido. Os outros que não estavam em flagrante tiveram a prisão relaxada, em razão de não haver enquadramento em nenhum das hipóteses previstas em lei, de acordo com o art. 302, do Código de Processo Penal (CPC).
Preventiva
O artigo prevê que “considera-se em flagrante delito quem: I – está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la; III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; e IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração”.
Um vídeo, divulgado em redes sociais, mostra Marcley, um dos que foram soltos na audiência conversando com o advogado, dando detalhes de como sua arma falhou e que ele teria acertado um tiro no sargento, mas tentado outras vezes atirar. Veja o vídeo abaixo:
Quinto procurado
Equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil atuaram na rápida elucidação e prisão dos envolvidos. Um quinto elemento, que teria dado apoio ao quarteto, está sendo procurado. Sua identidade não foi divulgada. O quarteto foi apresentado na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) ontem.
As prisões
Equipes das 14a e 30a Companhias Interativas Comunitárias (Cicom) e das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) foram deslocadas até o Jorge Teixeira, na rua Samambaia, para deter um dos suspeitos do latrocínio. Joelson foi localizado num barraco sem número, no beco Sambambaia, na rua de mesmo nome.
Ele confessou participação no crime. O terceiro a ser preso foi Charles, que chegou à delegacia acompanhado de um advogado. Também se apresentou na DEHS Marcley.
Por PMS