BRASÍLIA — Embora Jair Bolsonaro (PL) tenha perdido as eleições presidenciais, o bolsonarismo segue firme e forte, espalhado por praticamente todos os segmentos da sociedade. Inclusive o STF (Supremo Tribunal Federal), onde o ex-presidente tem mais de um informante para repassar informações privilegiadas e avisá-lo rapidamente em caso de pedido de prisão.
Um parlamentar que foi ligado ao político durante o mandato e que se afastou nas últimas semanas confirmou à coluna que Bolsonaro mantém informantes no STF. “Há pelo menos 3 lá dentro e um dele é muito próximo ao gabinete de Alexandre de Moraes”, garante sem revelar, no entanto, quem sejam as fontes.
Segundo ele, esses informantes atendem ao ex-presidente desde 2020 e chegaram a antecipar operações junto a aliados. “O Moraes sabe que existe infiltrado lá e por isso passou a publicar as ordens somente quando a PF já estava a postos”, revela.
Em 2023, ainda segundo o parlamentar ouvido pela coluna, Bolsonaro tem conversado com essas pessoas quase que diariamente. A pergunta por troca de mensagens é sempre a mesma: se há alguma ordem de prisão contra ele ou os filhos sendo preparada na Corte.
“Ele quer se preparar em caso de ordem de prisão em nome dele ou de algum dos filhos”, revela o deputado sem, contudo saber responder qual seria a reação de Bolsonaro neste caso. “Sei que há um plano, mas não sei dizer qual. Apenas os mais próximos têm acesso a isso.”
O medo da prisão de Bolsonaro é real e faz sentido. O ex-presidente perdeu o foro privilegiado após 3 décadas e é investigado por vários crimes supostamente cometidos. Como mostrou a coluna, o PSOL entrou com pedido de prisão contra ele e apresentou 52 motivos.
Nos bastidores de Brasília, no entanto, não se vê movimento apressado para julgar os casos. Os ministros do STF dão indícios de que analisam o melhor cenário antes de tomar alguma posição. A classe política, porém, tem a convicção de que, mais cedo ou mais tarde, alguém da família Bolsonaro será preso. Quem? Ninguém responde.
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