O prêmio de R$ 120 milhões do concurso 2.189 da Mega-Sena, realizado nesta quarta-feira, saiu para um bolão de funcionários da liderança do PT na Câmara dos Deputados. Cada um vai receber R$ 2,4 milhões. Segundo a Caixa, a aposta ganhadora – que não tem o número 13 por partido – é um bolão com 49 cotas. As dezenas sorteadas foram: 04 – 11 -16 – 22 – 29 – 33.
No plenário da Câmara, durante a votação do projeto de reforma partidária e eleitoral, deputados foram ao microfone brincar com a notícia inusitada, dizendo que o PT agora vai desistir do projeto de taxação de grandes fortunas — uma bandeira do partido —, e que vai ter que “socializar” o dinheiro.
Nenhum parlamentar participou do bolão. Um funcionário, que não quis se identificar, disse que é o responsável por coletar o dinheiro para a aposta e relatou que dessa vez muitos colegas não quiseram entrar.
— É difícil arrancar R$ 10.
Alguns deputados petistas abandonaram a votação no meio para confraternizar com os funcionários e brincaram com o episódio
— Contem-me tudo e não escondam nada — gritou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ao entrar na liderança do partido.
— E aí, ainda tem assessor aqui? — questionou Carlos Zarattini (PT-SP), dando risada.
Médico, o deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) foi chamado de volta à sala para atender uma ganhadora que passou mal. Segundo relatos, a mulher ficou muito emocionada ao se descobrir milionária.
Os funcionários da liderança tinham o hábito de fazer o bolão sempre que a loteria está acumulada. Algumas vezes a cota foi fixada em R$ 50, mas desta vez foi de apenas R$ 10.
Abordados pela reportagem em uma das salas da liderança, três servidores que não se juntaram ao grupo ganhador se recusaram a comentar o episódio. Um deles se limitou a dizer que “não é momento para fazer piada”.
Um deputado, em reservado, brincou:
— Agora são assessores ricos e deputados pobres.
Um deputado petista falava sobre a sorte dos ganhadores e lembrou que alguns ganhavam aproximadamente R$ 4 mil por mês. Nesse momento, citou o exemplo de um recepcionista e aproveitou para lhe dar parabéns. Ocorre que o funcionário lamentava não ter entrado no bolão.
Por O GLOBO