
Com a contagem regressiva para a COP30 já em andamento, Belém se prepara para receber chefes de Estado, ativistas e especialistas em clima de todo o mundo. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconhece que o evento colocará a cidade diante de um “desafio logístico enorme”, mas aposta que, apesar das dificuldades, a conferência resultará em acordos históricos para enfrentar a crise climática.
Durante entrevista, Marina criticou os preços praticados por hotéis e pousadas — em alguns casos até dez vezes mais caros que o habitual. A ministra considerou “aceitável” a tarifa de US$ 600 por pessoa nos navios de cruzeiro que servirão como hospedagem, já que terão subsídio do governo e valores alinhados aos de eventos internacionais semelhantes.
Outro ponto central, segundo a ministra, será a definição de uma meta global de financiamento para a transição energética: US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.
Sobre o projeto de licenciamento ambiental, Marina disse que os vetos presidenciais foram “estratégicos” para preservar direitos de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais. Ela alertou que a derrubada dos vetos poderia gerar insegurança jurídica e prejudicar acordos, como o de União Europeia e Mercosul.
No debate sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, Marina defendeu um “caminho do meio” que respeite o plano de transição energética, mas lembrou que a decisão depende do licenciamento do Ibama. Para ela, países desenvolvidos devem liderar a redução no uso de combustíveis fósseis, enquanto o Brasil segue ampliando sua vantagem de ter uma matriz energética majoritariamente limpa.
A ministra também respondeu a ataques pessoais, afirmando que a “melhor resposta” veio da sociedade, com manifestações de apoio. “Nós somos eleitos para representar as pessoas, não para substituí-las”, afirmou, destacando que a COP30 deve manter foco em metas ambiciosas para enfrentar a crise climática.


