Bebê tem morte encefálica e padrasto é suspeito de agressão

Vítima apresenta um quadro gravíssimo e respira por meio de aparelho | Foto: Divulgação

Um bebê do sexo feminino, de um ano e seis meses, foi diagnosticado com morte encefálica na tarde de sexta-feira (15). A menina está internada no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Leste, conhecido como Joãozinho. A criança chegou a unidade hospitalar com diversos hematomas pelo corpo. Segundo a Secretária Estadual de Saúde (Susam), ela apresenta um quadro gravíssimo e respira com a ajuda de aparelho.

A família denuncia o padrasto da criança, identificado como Alesson, de 23 anos, por maus-tratos. O caso ocorreu na tarde da última quinta-feira (14), por volta das 13h, na comunidade Campo Dourado, bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

A mãe da vítima, uma gerente, de 28 anos, contou que a menina costumava ficar aos cuidados de Alesson, principalmente durante a noite, quando ela saia para trabalhar.

A mulher explicou que quando saiu para deixar a filha mais velha, de seis anos, na escola, Alesson ficou dando almoço para o bebê. Ao retornar, ela teria presenciado o companheiro tentando reanimar a menina, que supostamente teria se engasgado com caldo de feijão.

“Ela parecia mesmo que estava se engasgando, tentava vomitar, desesperadamente peguei ela no colo e chamei minha irmã. Como não conseguimos socorrê-la, a levamos até o SPA Danilo Corrêa”, contou a mãe da criança.

A família da criança, ainda, informou que no SPA a menina sofreu uma parada cardiorrespiratória, passou por reanimação e ficou entubada. Somente no início da noite de quinta, que a vítima foi transferida para o HPS Joãozinho, devido a falta de ambulância.

“O médico do SPA me informou que ela não tinha sinais de engasgo e alertou sobre os maus-tratos”, disse a gerente.

Abalada pela situação da filha, a mãe ainda lamentou e relatou que demorou para denunciar a suspeita de que a menina estava sofrendo agressões.

“Há três semanas que eu vinha notando umas manchas roxas no corpo da minha filha, mas ela dizia que não doía e eu imaginava que seria algum problema no coração dela. Também nunca suspeitei do Alesson, porque na minha frente ele tratava minhas filhas muito bem e eu nunca vi ele batendo nelas, a mais velha gosta muito dele. Meu erro foi não ter suspeitado dos roxos no corpinho da minha filha”, disse a mãe.

Investigações

De acordo com informações obtidas no Boletim de Ocorrência (BO), registrado na Delegacia Especializada em Proteção à Criança ao Adolescente (Depca), o padrasto da vítima se apresentou na especializada na noite de sexta, acompanhado de um advogado. Na ocasião, ele foi indiciado por maus-tratos qualificado. Um Inquérito Policial (IP) foi instaurado para apurar a ocorrência.

A polícia também deve investigar se a criança sofreu abusos sexuais. Na delegacia também foi requisitado os exames de conjunção carnal, coito anal e de necropsia, além do prontuário médico da vítima, para auxiliar nas investigações que seguem em andamento.

Conforme a polícia, até o momento, outras informações não podem ser divulgadas para não atrapalhar o andamento dos trabalhos em torno do caso.

Por EM TEMPO